Rússia, onde o frio atinge outro nível!
Numa altura em que as temperaturas em Portugal continental desceram substancialmente, atingindo valores mais próximos do normal para a época do ano, chega-nos um exemplo de frio extremo, vindo da Rússia. Saiba mais sobre este tema, aqui!
Na reta final do outono e à medida que nos aproximamos do início do inverno astronómico, as temperaturas máximas, mas principalmente as mínimas registaram quedas abruptas por todo o território continental de Portugal. As mínimas abaixo de 10 °C em (quase) todas as capitais de distrito, estão a testar a nossa capacidade de responder à crise energética que assola a Europa, desde o início do conflito na Ucrânia.
Contudo, precisamente o país que está envolvido em guerra com a Ucrânia mostra-nos que as temperaturas baixas podem chegar a outro nível. Durante o passado fim de semana, os termómetros na famigerada região da Sibéria atingiram os 50 °C negativos em Oymyakon (-50.9 °C) e em Nera (-50.0 °C).
Este fenómeno ocorreu devido à presença de uma área de altas pressões a afetar uma parte considerável da Europa Oriental, que fez com que uma região que já é tradicionalmente fria, experimentasse temperaturas entre 20 °C a 25 °C abaixo da média, para a altura do ano.
De resto, não foi só a Sibéria que foi particularmente afetada pela descida abrupta tanto das temperaturas máximas como das mínimas: países vizinhos, como é o caso do Cazaquistão e da Mongólia viram os termómetros de algumas regiões chegarem perto dos -40 °C.
Altas pressões na Europa podem afetar todo o Hemisfério Norte
Nos próximos dias, as temperaturas no Norte da Rússia vão subir, ficando acima da média para a altura do ano. Já o Sul da Rússia, na fronteira deste país com Mongólia, Cazaquistão e China, por exemplo, as temperaturas vão continuar 10 °C a 20 °C abaixo do valor normal para época. Isto acontece devido à ação dos ventos de oeste e à orientação dos sistemas de altas pressões.
Com o aproximar do fim de semana, as altas pressões que durante a semana afetaram a Ásia Central vão afetar também a Europa Central e do Norte, nomeadamente a Dinamarca, a Alemanha e mesmo o Reino Unido. O vento do quadrante Leste empurrará o ar frio para a Europa Ocidental, sendo expectável que a temperaturas em Portugal continental continuem baixas.
Já o subcontinente Norte-americano também será varrido por temperaturas baixas, principalmente nos Estados mais a Norte dos Estados Unidos da América e as províncias mais a Sul do Canadá. Em contrapartida, os Estados do Sul, como é o caso do Louisiana, Mississippi ou Arkansas, poderão contar com fortes tempestades e até tornados, devido ao efeito do ar quente e húmido proveniente do Golfo do México.
O inverno e os desafios energéticos que se avizinham
Voltando ao ponto de vista europeu, é importante salientar que apesar de as baixas temperaturas terem como consequência o aumento da pressão das redes de abastecimento de eletricidade, a forte nebulosidade que se espera nos próximos dias pode afetar a produção de energia através de fontes renováveis, como o vento, mas principalmente o Sol.
O inverno astronómico ainda não chegou (apenas no solstício de inverno, a 21 de dezembro), mas este fim de outono já remete claramente para essa altura do ano e para os desafios energéticos que se avizinham.