Rússia enfrenta onda de calor sem precedentes

Depois de na passada semana a região ocidental dos Estados Unidos ter sido afetada por uma onda de calor intenso, é a vez da Rússia experimentar este fenómeno, que neste caso, coincide com o início do verão. Fique a saber tudo sobre este assunto, connosco!

Criança procura refrescar-se.
É aconselhável que a população se refresque devidamente de forma a evitar consequências graves para a saúde, em dias de calor intenso.

Os próximos dias vão ser de calor intenso, um pouco por toda a Rússia. A vastidão do país parece estar associada a uma onda de calor intenso que pode provocar diversos problemas à população. Esta onda de calor recorde pode afetar com especial incidência a Rússia europeia, bem como partes da Sibéria, nomeadamente algumas áreas acima do Círculo Polar Ártico.

Grande parte das preocupações das autoridades centram-se na área metropolitana de Moscovo, no Distrito Federal Central, onde vivem mais de 38 milhões de pessoas. Nesta área, os termómetros podem chegar aos 36 ºC nos próximos dias. Este calor extremo pode provocar problemas de saúde na população, sendo que as autoridades estão a pedir às empresas que reduzam os horários de trabalho nos próximos dias de forma a garantir a saúde da população.

As sucessivas ondas de calor que têm afetado o território russo têm provocado dezenas de milhares de vítimas mortais, bem como prejuízos incalculáveis na atividade agrícola.

Outra área igualmente afetada é a Sibéria. Imagens de satélite captadas no âmbito do programa Europeu Copernicus mostram as elevadas temperaturas que se têm registado na região. Ontem, no dia mais longo do ano no Hemisfério Norte, algumas temperaturas à superfície alcançaram uns extraordinários 48 ºC (na localidade de Verkhojansk). Ainda ao nível da superfície terrestre, a cidade de Govorovo registou 43 ºC e a cidade de Saskylah registou 37 ºC, valores que superaram o recorde datado de 1936. Nas áreas previamente mencionadas, a temperatura do ar rondou os 30 ºC, excecionalmente elevada nesta altura do ano, àquela latitude.

Ondas de calor: que futuro?

As ondas de calor na Rússia têm sido comuns e tendem a ser cada vez mais intensas e com maiores repercussões na saúde da população, nas disponibilidades hídricas, na mancha florestal e na atividade agrícola. Os meses de maio de 2020 e maio de 2021 foram, respetivamente, os meses mais quentes desde que começaram a efetuar-se medições, no ano de 1891.

Vários especialistas estão alarmados com esta situação. O meteorologista Scott Duncan afirmou recentemente que “a mudança de temperatura na Rússia nos últimos dois séculos é impressionante”. Já Evgeny Tishkovets, meteorologista russo, afirmou que “a temperatura vai exceder o normal para o clima desta época (…)” entre 13 ºC a 15 ºC.

Assim, os próximos dias vão ser marcados por “(...) níveis de calor que não são sentidos há mais de um século de medições”. É mesmo provável que o mês de junho represente um recorde absoluto do ponto de vista da temperatura. Desde o ano de 1901 que a temperatura média referente ao mês de junho não superava os 34,7 ºC.

As sucessivas ondas de calor que têm afetado o território russo têm provocado dezenas de milhares de vítimas mortais, bem como prejuízos incalculáveis na atividade agrícola. Outro dos problemas a destacar são os incêndios florestais. São cada vez mais frequentes e com um potencial cada vez mais destruidor. Por exemplo, há cerca de um ano devastaram mais de 1 milhão de hectares na região da Sibéria, sendo responsáveis por perdas irreparáveis do ponto de vista dos habitats, da fauna e da flora.