Ruas transformadas em autênticos rios de lixo
A situação de insalubridade no Haiti é insustentável. As chuvas transformaram as ruas em autênticos rios de lixo. As doenças que se transmitem pela água são a principal causa da mortalidade infantil do país.
Na semana passada, o Haiti registou um episódio de fortes chuvas que transformaram as ruas de algumas cidades costeiras em verdadeiros rios de lixo. Sacos, garrafas e muitos outros resíduos flutuavam na água a caminho do oceano, evidenciando o problema de insalubridade que há muitos anos afeta este país da América Insular. A cidade de Porto Príncipe, capital haitiana, ocupa a primeira posição das cidades com pior qualidade de vida e entre as principais causas estão as descargas.
As autoridades locais atribuem as montanhas de lixo à pouca educação ambiental dos haitianos e à superpopulação das cidades. As últimas catástrofes causaram um êxodo de pessoas das áreas rurais para as urbanas, onde os serviços de limpeza são deficientes. A imprensa local (Le Nouvelliste), tomando como referência um relatório do Grupo Banco Mundial, uma associação que defende a luta dos países em desenvolvimento, adverte que o Haiti tem a menor taxa de recolha de resíduos sólidos na América Latina e nas Caraíbas.
A ausência de recolha de lixo aumenta o risco de inundações e, sobretudo, de doenças. O mesmo estudo indica que 42,5% das mortes no Haiti são atribuídas a doenças transmissíveis e, entre elas, as que se transmitem pela água são uma das principais causas de mortalidade infantil no Haiti.