Recorde mundial de relâmpagos foi superado!
Foram estabelecidos dois novos recordes mundiais para a maior distância reportada e a maior duração reportada para um único relâmpago. Contamos-lhe mais aqui!
Existe atualmente uma nova tecnologia de deteção de raios utilizada pelos satélites meteorológicos que permite identificar relâmpagos com uma grande extensão.
Recordes de “mega-relâmpagos”
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, WMO, através da observação por satélites meteorológicos foi possível estabelecer novos recordes para uma única descarga elétrica. Estes recordes foram registados pela WMO no final de junho.
Em termos de extensão horizontal o recorde para um único relâmpago é de 709 ± 8 km que ocorreu no Brasil em 31 de outubro de 2018.
Para se ter uma noção da extensão deste raio, esta dimensão é equivalente à distância entre Londres e a fronteira da Suíça.
O segundo recorde registado é em termos de duração de um único relâmpago, que ocorreu no norte da Argentina a 4 de março de 2019 e teve a duração de 16,73 segundos. Estes registos de mega-relâmpagos que foram verificados usando novas tecnologias de imagem de satélite, mais que duplicam os valores anteriores medidos nos Estados Unidos e em França.
O recorde anterior para a maior distância detetada para um único relâmpago foi de 321 km em 20 de junho de 2007 no estado norte-americano de Oklahoma. O recorde anterior de duração foi para um único relâmpago que durou 7,74 segundos em 30 de agosto de 2012 sobre Provence-Alpes-Côte d'Azur, França.
São considerados mega-relâmpagos ou mega-raios, as descargas atmosféricas horizontais que atingem centenas de quilómetros de comprimento. Acontece com bastante frequência, que uma descarga numa zona da tempestade pode desencadear uma perturbação elétrica na outra parte das nuvens, o que permite que o canal da descarga continue a crescer e a percorrer longas distâncias.
As descargas atmosféricas de longa duração ocorrem frequentemente nos chamados sistemas convectivos de mesoescala (MCS) - um grande complexo de nuvens com forte desenvolvimento vertical, nuvens de tempestades, que cobrem centenas de quilómetros. Os aglomerados de MCS contêm geralmente fortes campos elétricos.
Tecnologia espacial
A evolução tecnológica, com instalação de novos instrumentos em satélites meteorológicos, tem permitido melhorar a observação de fenómenos atmosféricos. Graças aos recentes avanços no mapeamento espacial de raios, existe a possibilidade de medir continuamente o alcance e a duração do raio.
Um exemplo desses novos instrumentos são os geradores de mapa de raios geoestacionários, instalados a bordo dos satélites meteorológicos em órbita que acompanham a órbita da Terra, satélites geoestacionários. Os novos instrumentos foram instalados tanto nos satélites americanos (GOES-16 e GOES-17) que registaram os novos registos de raios, bem como nos satélites equivalentes da Europa (Meteosat Third Generation) e da China (FY-4).
Impacto dos relâmpagos
O raio é um fenómeno atmosférico muito perigoso que causa muitas mortes todos os anos. Além do perigo para o ser humano e animais é de referir as consequências desastrosas que muitas vezes provoca nas redes elétricas. Em situação de ocorrência de relâmpagos as pessoas devem resguardar-se, não estar em campo aberto nem debaixo de árvores.
Existe a chamada regra dos 30-30: se o tempo entre raios e trovões for inferior a 30 segundos, significa que a tempestade está muito perto atendendo às diferenças de velocidade do som e da luz, neste caso é necessário procurar abrigo e é aconselhável aguardar 30 minutos depois do último raio ser observado antes de retomar a atividades ao ar livre.
Os impactos mais gravosos registados ocorreram no Zimbabué, em 1975 onde 21 pessoas morreram atingidas por um único relâmpago enquanto se amontoavam numa cabana em busca de abrigo e no Egito, em Dronka, em 1994, onde 469 pessoas também morreram quando um raio atingiu um depósito de combustível, causando o derramamento de petróleo líquido em chamas
na cidade.