Reciclagem em Portugal aumenta 4% no primeiro trimestre. Recolha de vidro só cresceu 0,2% e as metas estão em risco
No primeiro trimestre de 2025, já foram recicladas mais de 116 mil toneladas de resíduos de embalagens em Portugal. O problema é o vidro, cuja recolha seletiva apenas cresceu 0,2%, o que coloca em risco as metas até 2030.

A Novo Verde – Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens, que se encontra licenciada para a gestão de um Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos de Embalagens (SIGRE) dispondo de uma nova licença desde o dia 1 de janeiro de 2025 até 31 de dezembro de 2034, está preocupada com os baixos níveis de reciclagem de vidro em Portugal.
No primeiro trimestre de 2025, foi registado um volume de recolha seletiva superior a 116 mil toneladas de resíduos de embalagens de vidro, plástico, papel e cartão, assim como de embalagens de cartão para alimentos líquidos, aço, alumínio e madeira.
No primeiro trimestre deste ano, deu-se um aumento de apenas 0,2% no volume recolhido, totalizando 48 665 toneladas. E, para a Novo Verde, este ritmo estagnado "coloca em risco o cumprimento das ambiciosas metas" de reciclagem de 70% estabelecidas para 2025, para este material.
É “imperativo um esforço conjunto"
Já em 2024, o SIGRE tinha encaminhado para reciclagem cerca de 50% das embalagens de vidro colocadas no mercado, o que representou “um desvio de 10% em relação à meta nacional de 60%”.

Para reverter este cenário e alcançar os objetivos propostos, a Novo Verde considera que é “imperativo um esforço conjunto e coordenado de todos os agentes da cadeia”.
Entre esses agentes estão os fabricantes e produtores, mas também os sistemas de gestão de resíduos urbanos, das empresas, consumidores e entidades gestoras, a fim de “impulsionar a separação e recolha de vidro” em todo o país.
Para o levar a cabo, a Novo Verde, que é a Entidade Gestora de Resíduos de Embalagens, e a Lipor uniram esforços para desenvolver este modelo considerado “inovador”, que arranca como piloto na região norte do país.

O diretor-geral da Novo Verde refere que “se os produtos chegam ao mercado e o vidro não é devidamente contabilizado na recolha seletiva, este está a ser desperdiçado – e com ele, a oportunidade de alimentar a economia circular”.
Pedro Simões entende que é “urgente inverter esta situação e garantir que o vidro seja canalizado para a recolha seletiva”, transformando-o em matéria-prima valiosa.
Daí que seja “imperativo” que todos – indústria, consumidores e entidades públicas e privadas – “intensifiquem os esforços na prevenção, sensibilização e educação ambiental”.
É por isso que a Novo Verde tem realizado várias ações de sensibilização e educação em diversos contextos, “reforçando a importância” da separação correta das embalagens e incentivando o descarte adequado deste tipo de resíduo.
Entre as várias ações, incluindo com crianças, a Novo Verde inaugurou este ano o Transformarium. Trata-se do primeiro centro de sensibilização ambiental que utiliza realidade aumentada e vídeo mapping, direcionado maioritariamente para a comunidade escolar.