Radiação ultravioleta pode causar um tipo raro de cancro ocular
A radiação ultravioleta pode causar um tipo raro de cancro ocular, o melanoma conjuntival, de acordo com uma investigação da Universidade de Manchester financiada pela Cancer Research UK.
A exposição à radiação ultravioleta (UV) proveniente do Sol é considerada a principal causa de cancro da pele, mas o seu papel no desenvolvimento de formas mais raras de cancro no olho não era conhecido. Segundo uma investigação da Universidade de Manchester financiada pela Cancer Research UK, a radiação ultravioleta pode causar melanoma conjuntival.
Este novo estudo revelou mudanças genéticas notavelmente semelhantes entre o melanoma conjuntival e o melanoma cutâneo (pele) causado pela radiação UV. Assim, os tratamentos usados para o melanoma de pele também podem beneficiar pessoas com esta forma rara de cancro ocular.
Os investigadores, liderados pelo professor Richard Marais do Cancer Research UK Manchester Institute da University of Manchester, usaram o sequenciamento do genoma inteiro para examinar a composição genética dos melanomas que se desenvolvem na membrana que cobre a parte frontal do olho, para entender melhor o que causa esse subtipo de melanoma específico.
Surpreendentemente, descobriram que as alterações genéticas nas amostras de tecido de pessoas com melanoma conjuntival, impulsionado pela radiação UV, ocorrem nos genes BRAF e RAS, os mesmos genes que frequentemente sofrem mutações no melanoma de pele.
Estas descobertas complementam um estudo semelhante, mostrando que outro tipo raro de melanoma do olho, chamado melanoma uveal, que se desenvolve na íris, também pode ser causado pela radiação UV.
Além disso, estes estudos sugerem que pessoas com formas específicas de cancro do olho podem beneficiar de tratamentos que são usados atualmente para melanoma da pele. Se comprovada a eficácia, os medicamentos podem ser administrados com base na genética do tumor e não na sua localização no corpo.
O professor Richard Marais, principal autor do estudo, acredita que o trabalho mostra a importância de investigar a biologia subjacente em cancros raros, o que poderia identificar novas vias de tratamento sob medida para as pessoas.
Marais declarou: “Ao mostrar que a radiação ultravioleta pode causar melanoma conjuntival, aumentamos a nossa compreensão dos perigos conhecidos do sol para os nossos olhos. Lembra-nos da importância de proteger não só a pele, mas também os olhos da luz ultravioleta, seja na vida quotidiana, ou onde a radiação ultravioleta é particularmente elevada e causa mais danos, como na praia ou na montanha."
Este estudo é um exemplo clássico de como a compreensão da biologia de um cancro mais comum pode ser usada para ajudar pessoas com doenças mais raras que podem ser mais difíceis de estudar e muitas vezes têm menos opções de tratamento.