Qual a temperatura mais baixa que o corpo humano pode suportar?
Nos últimos dias não falamos de mais nada a não ser ar polar, nevadas, geadas... O inverno finalmente chegou, com temperaturas abaixo de 0°C em muitas regiões. Quanto tempo o corpo humano aguenta em situações de frio intenso?
Numerosos estudos e factos confirmam a resistência do corpo humano às temperaturas extremas, como se verifica, por exemplo, nos alpinistas que suportam o frio intenso ou nos beduínos que caminham no deserto e suportam temperaturas muito elevadas.
Felizmente, o corpo humano possui múltiplos mecanismos de adaptação que lhe permitem enfrentar condições climáticas desfavoráveis.
O corpo humano ativa automaticamente seus dispositivos
Quando o corpo é exposto ao frio, o corpo ativa uma série de respostas fisiológicas para manter a temperatura interna. O primeiro estágio é a vasoconstrição, onde os vasos sanguíneos periféricos se estreitam para reduzir a perda de calor. Além disso, os músculos podem começar a tremer involuntariamente, gerando calor adicional.
À medida que a exposição ao frio persiste, o corpo entra numa fase de resposta mais avançada, chamada termogénese. Nesta fase, o calor é produzido pela atividade metabólica das células adiposas, um tipo especial de tecido adiposo. Por outro lado, além da temperatura, não podemos esquecer que o vento forte aumenta a sensação de frio, o que acelera o processo.
Esses mecanismos e respostas ajudam a manter a temperatura central do corpo dentro de uma faixa vital, mas até que ponto o corpo humano pode resistir?
Uma certa normalidade com temperatura ambiente de 0 ºC
Se estivermos a uma temperatura ambiente de 0 ºC podemos levar uma vida normal, mas o melhor é ligar o aquecimento e vestir-nos bem quando sairmos. Nestas escalas é possível sofrer de constipações ou ter defesas mais fracas, o que é normal.
Podemos resistir até -10 ºC bem protegidos
E embora pareça diferente, quando a temperatura exterior ronda os -10ºC, podemos levar, igualmente, uma vida normal, claro, estando suficientemente protegidos.
Os exemplos incluem países como Noruega, Rússia e Gronelândia, que enfrentam invernos rigorosos com temperaturas de até 10 graus abaixo de zero, ou até menos.
Congelação a temperaturas de -20 °C
Com estes valores o corpo pode começar a ter grandes problemas, já que o nariz e as orelhas podem congelar, por isso é fundamental cobrir bem o rosto. Além disso, com esse frio intenso, a pele pode deteriorar-se com muito mais facilidade.
E não falamos apenas de problemas físicos, mas outros sintomas como o cansaço extremo ou tonturas também podem começar a aparecer, por isso devemos evitar ao máximo a exposição a estas temperaturas.
Perigo de morte em temperaturas de -27 a -30 °C
É aqui, a partir dos -27 ºC, que existe risco de morte. Isto é o que os cientistas chamam de “morte suave”, porque nenhuma dor é sentida e normalmente não nos apercebemos do que está a acontecer. E o facto é que a partir de -25 °C o corpo passa de muito frio a tremores e espasmos involuntários, não consegue fazer movimentos precisos, a respiração fica mais agitada e a confusão instala-se.
A partir de -30 ºC, os especialistas recomendam não passar mais de 30 minutos ao ar livre. Embora uma temperatura corporal abaixo de 36°C já seja considerada insuficiente, na medicina, quando uma pessoa está abaixo de 27°C, ela está clinicamente morta.