Protótipo de supercarro de Cambridge apresenta o carregamento ultrarrápido

Os ciclos de carregamento dos carros elétricos são cada vez mais curtos, fazendo com que estes possam cada vez mais competir com os carros convencionais, do ponto de vista do abastecimento. Fique a saber mais, aqui!

Carro elétrico.
A mobilidade elétrica é vista como alternativa aos motores de combustão que aceleram a vertente humana das alterações climáticas.

Uma empresa (Nyobolt) associada à Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveu um protótipo de um carro desportivo totalmente elétrico que utiliza um conjunto de baterias que carregam muito mais rápido do que qualquer carro disponível no mercado, neste momento, e para além disso, as baterias não sofrem com os problemas de degradação associados às baterias de iões lítio convencionais.

Alguns testes, desenvolvidos por entidades independentes, indicam que este tipo de bateria é mais duradouro, tornando-se assim mais sustentável.

Para que fosse possível criar baterias com uma alta densidade de energia, os investigadores da referida empresa utilizaram materiais inovadores como o ânodo de carbono e o óxido de metal, que formam células de baixa impedância. Isto permite que as baterias passem dos 10% de carga para os 80% em aproximadamente 5 minutos!

Testes e aplicações práticas

A Nyobolt já iniciou os testes em estrada do protótipo de supercarro (Nyobolt EV), num ambiente de alto desempenho que vai permitir recolher dados que validem a duração das baterias e o comportamento das mesmas após vários ciclos de carregamento. Este veículo demora apenas 4 minutos e 37 segundos a adquirir a carga máxima, quando ligado a uma estação de carregamento, o que lhe dá uma autonomia de cerca de 180 km.

As baterias de alta densidade energética permitem o armazenamento eficiente do excesso de eletricidade gerada durante os períodos de pico de produção.

Alguns testes, desenvolvidos por entidades independentes, indicam que este tipo de bateria é mais duradouro, tornando-se assim mais sustentável. Na prática, podem superar os 4000 ciclos de carregamento rápido ou fazer perto de 1 milhão de quilómetros, com a capacidade de retenção da bateria a rondar os 80%. Estes valores, superam largamente as garantias dadas pelos fabricantes de automóveis, atualmente.

Este tipo de bateria, com esta configuração pode ser útil de várias formas, abrindo caminho para a eletrificação de camiões maiores e vários tipos de dispositivos que exijam alta potência e ciclos de recarga rápidos.

Carregamento elétrico.
A grande desvantagem de um carro elétrico, a curto prazo, continua a ser o tempo excessivo de carregamento que exige um esforço extra de planeamento, principalmente de viagens a longas distâncias.

O futuro deste tipo de tecnologia

Afigura-se promissor, o futuro deste tipo de tecnologia ao nível do transporte rodoviário de passageiros e mercadorias. A introdução desta tecnologia no mercado automóvel vai criar veículos mais eficientes, que utilizam menos recursos na sua produção, tornando-se mais baratos de comprar e de operar. Os carregamentos lentos e inconvenientes serão substituídos por carregamentos rápidos, tornando a eletrificação automóvel mais atraente para os, até agora, céticos.

No caso dos postos de carregamento rápido para carros elétricos, existem duas categorias em Portugal: os semirrápidos e os ultrarrápidos. Com efeito, este tipo de posto deve ser escolhido aquando da realização de viagens longas – nas quais precisa de carregamento durante o percurso – ou em deslocações de emergência – quando necessita de abastecer rapidamente o carro para seguir, de imediato, viagem.

A empresa britânica espera conseguir produzir, no próximo ano, cerca de 1000 baterias. Contudo, o modelo de produção apresentado aponta para uma capacidade máxima de produção a rondar os 2 milhões de baterias por ano, que podem começar a equipar os carros de 8 fabricantes que já estão em negociações com a empresa. Na área da robótica, esta tecnologia inovadora terá aplicações práticas já este ano.

O futuro mais elétrico pode ser uma realidade, se este tipo de tecnologia, substancialmente mais sustentável, for posto em prática e chegar ao consumo das massas.