Afinal Einstein tinha razão!
Foi revelado ao mundo, faz hoje uma semana, a primeira imagem real de um buraco negro. A equipa internacional de cientistas confirmou o que Einstein já sabia: a distorção do tempo e do espaço.
A imagem revelada na passada quarta-feira, pela equipa de cientistas internacionais mostra o buraco negro no centro da galáxia Messier 87, a 55 milhões de anos-luz da Terra, visível na constelação de Virgem.
Este buraco negro tem a massa de seis mil milhões de sóis e é muito maior do que aquele que habita o centro da Via Láctea. Significa isto que há regiões no Universo que distorcem o tempo e o espaço porque são de tal maneira densos que nada, nem mesmo a luz, lhes consegue escapar. O buraco negro que aparece na fotografia agora revelada, tem um diâmetro de 100 mil milhões de quilómetros.
O anel que surge à volta dele é tanto maior quanto maior for o buraco negro. Este tem 6,500 mil milhões de vezes a massa do nosso Sol, uma estrela cuja massa é de 1,989 × 1030 quilogramas.
É, segundo os cientistas um lugar onde as leis da física se quebram. A esse ponto chama-se singularidade. A singularidade está coberta por uma superfície chamada horizonte de acontecimentos. A gravidade é tão forte nessa superfície que nada lhe pode escapar. Esta superfície separa o interior do exterior e nada do interior pode sair cá para fora.
Um verdadeiro mistério da Física
Há treze anos que os cientistas envolvidos neste projeto, que foi financiado pela União Europeia, olham para dois buracos negros em busca de os fotografar. Os cientistas por detrás do projeto Event Horizon Telescope têm passado os últimos seis meses a analisar o que acontece à matéria quando entra num buraco negro. Ainda não descobriram o destino final. Sabem e divulgaram que a matéria começa a girar a velocidades próximas à da luz, aquece até atingir temperaturas muito altas e começa a emitir radiação eletromagnética, sobretudo ondas rádio.
Tal como Einstein tinha previsto, quando o espaço e o tempo são deformados, curvados, por um obstáculo altamente denso como um buraco negro, a luz também se “dobra”. E mais não se sabe: a fotografia agora revelada é o mais perto que poderemos estar de olhar para um mistério inquebrável.