Previsão ajustada da época dos ciclones no Atlântico
Tendo em conta as condições em curso que influenciam a atividade ciclónica, a NOAA ajustou a sua previsão para o pico da época dos ciclones no Atlântico. Saiba mais aqui!
A época dos ciclones tropicais no Atlântico estende-se desde 1 junho a 30 de novembro, mas com uns meses de pico, de agosto a outubro.
Época dos ciclones tropicais no Atlântico
As previsões iniciais do Centro de Previsão Climática da NOAA, uma divisão do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, publicadas em maio, apontavam para este ano uma probabilidade de 65% de uma estação acima do normal.
As previsões atualizadas da NOAA indicam agora que as condições para a ocorrência de uma época acima do normal são ligeiramente mais baixas, mas ainda favorecem uma estação de furacões no Atlântico acima do normal.
Os meteorologistas da NOAA diminuíram ligeiramente a probabilidade de uma estação de furacões no Atlântico acima do normal para 60%. A probabilidade de uma atividade quase normal aumentou para 30% e as probabilidades permanecem em 10% para uma época abaixo do normal.A atualização da NOAA para a toda a época dos ciclones no Atlântico prevê entre 14 a 20 tempestades nomeadas (ventos de 63 km/h ou mais), das quais 6 a 10 podem tornar-se furacões (ventos de 119 km/h ou mais). Destas, 3 a 5 podem tornar-se furacões importantes (ventos de 179 km/h ou mais). A NOAA atribui a estes intervalos uma confiança de 70%.
Uma estação média de furacões na Atlântico tem 14 tempestades nomeadas, das quais 7 se tornam furacões, incluindo 3 grandes furacões. Até agora, nesta época, no Atlântico, ocorreram 3 tempestades nomeadas, mas nenhum furacão.
São várias as condições atmosféricas e oceânicas que ainda favorecem uma estação de furacões ativa. Uma dessas condições é a existência do fenómeno La Niña, que se prevê que se irá manter durante o resto de 2022. Para além de La Niña, os ventos alísios tropicais mais fracos no Atlântico, uma monção ativa na África Ocidental e provavelmente temperatura da superfície da água do mar do Atlântico acima da normal preparam o terreno para uma época de furacões ativa no Atlântico.
A NOAA vai ajustando as suas previsões de acordo com a evolução das condições meteorológicas no globo.
A OMM e os ciclones tropicais
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), através do seu Centro Meteorológico Especializado Regional da OMM de Miami (o Centro Nacional de Furacões dos EUA) é responsável pela previsão de ciclones tropicais, incluindo os riscos relacionados com a vida marinha, no Atlântico Norte e nas bacias do nordeste do Oceano Pacífico.
As temporadas de furacões em 2020 e 2021 foram excecionalmente ativas e ambas esgotaram os nomes da lista produzida pela OMM anualmente, que dá indicação do nome a atribuir às tempestades que vão aparecendo.
De acordo com as estatísticas da OMM de 1970-2019, todos os anos, existem, em média, 84 ciclones tropicais nomeados em todo o mundo. Nos últimos 50 anos, os ciclones causaram uma média diária de 43 mortes e 78 milhões de dólares americanos em perdas económicas. No entanto, é de referir que ao longo dos últimos anos o número de mortos diminuiu drasticamente graças à existência de melhores previsões e alertas para a redução do risco de desastres coordenados pelo Programa de Ciclones Tropicais da OMM.
Tendo em conta os perigos crescentes, a OMM está a trabalhar para assegurar o acesso universal a alertas precoces e procura reforçar a previsão baseada no impacto. Ou seja, além da previsão do fenómeno é transmitida uma previsão do impacto que o fenómeno provocará no terreno.