Portugal Fresh debateu em Alcobaça o futuro da fruticultura e do setor agroalimentar
O IV Congresso da Portugal Fresh decorreu esta sexta-feira, em Alcobaça, em parceria com o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN). As exportações do setor ultrapassaram os 2,5 mil milhões de euros em 2024.
![Frutas Frutas](https://services.meteored.com/img/article/portugal-fresh-debate-em-alcobaca-o-futuro-da-fruticultura-e-do-setor-agroalimentar-1739533390704_1024.jpg)
A Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal agrega 112 sócios, que representam cerca de 5000 agricultores, e é liderada por Gonçalo Santos Andrade.
Criada em dezembro de 2010, a Portugal Fresh, para além de promover as frutas, legumes e flores nos mercados interno e externo, tem como missão valorizar a origem “Portugal” e as características dos produtos nacionais.
Regressados de Berlim, da feira Fruit Logistica, que decorreu de 5 e 7 de fevereiro, e onde participaram 24 empresas portuguesas, os associados da Portugal Fresh reuniram, esta sexta-feira, 14 de fevereiro, no Pavilhão Multiusos de Alcobaça, para o seu IV Congresso.
O evento é uma organização conjunta com o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), que organizou no mesmo dia a VI Gala Viva Frutas e Legumes de Portugal, onde se juntaram os principais protagonistas do setor para debater tendências, oportunidades e desafios.
O dirigente da Associação explica que, neste evento, "colocamos em destaque questões determinantes como as alterações climáticas, a gestão dos recursos hídricos e a inovação e as tendências de mercado”, que, no seu entender, são “essenciais para assegurar a competitividade e a sustentabilidade das nossas empresas”.
Ministro da Agricultura na abertura
José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura, interveio na sessão de abertura, na qual também discursou Hermínio Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, e Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh.
![Morangos Morangos](https://services.meteored.com/img/article/portugal-fresh-debate-em-alcobaca-o-futuro-da-fruticultura-e-do-setor-agroalimentar-1739533666059_1024.jpg)
Em seguida, Manuel Rodrigues, Senior Lecturer na King’s Business School em Londres, debruçou-se sobre o tema “Forças Chave Impactando a Indústria e o Mundo”.
João A. Santos, membro do CITAB da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), interveio sobre os desafios e as oportunidades das alterações climáticas.
A Rede Nacional de Água também esteve em destaque no IV Congresso da Portugal Fresh, com a intervenção do consultor Jorge Froes.
Deolinda Silva, diretora executiva da Portugal Foods, também participou no Congresso, apresentando o estudo “Trends 2025: Tendências do setor Agroalimentar”.
Exportações de fruta em alta
Seguiu-se uma mesa redonda com moderação de Carmo Martins, secretária-geral do COTHN, sobre “Tendências no setor das Frutas e Legumes”, com a participação de Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores Continente, Pedro Barraco, da Mercadona, e Nuno Passadinhas, da Auchan.
A sessão de encerramento contou com Rodrigo Vinagre, presidente do COTHN, e Gonçalo Santos de Andrade, presidente da Portugal Fresh.
“As exportações portuguesas de frutas, legumes e flores não param de crescer e, em 2024, atingiram o valor mais alto de sempre: 2,5 mil milhões de euros”, congratula-se a Portugal Fresh, num comunicado divulgado na passada segunda-feira, 10 de fevereiro.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), “as vendas da produção nacional para os mercados internacionais aumentaram 7,5% em valor, face a 2023”. Em volume, as exportações no ano passado "aumentaram 2,4%, para 1.816.807 toneladas”.
![Frutos vermelhos Frutos vermelhos](https://services.meteored.com/img/article/portugal-fresh-debate-em-alcobaca-o-futuro-da-fruticultura-e-do-setor-agroalimentar-1739534247894_1024.jpg)
O principal destino destes produtos é a União Europeia, que representa 81% das vendas em valor. Espanha (37,6%), seguida da França (13%), Países Baixos (9%), Alemanha (7,9%) e Reino Unido (6,8%) destacam-se como os países que mais compram as frutas, legumes e flores de Portugal.
Mais 5,5% na produção de maçã no Hemisfério Sul
Dados revelados pela Associação Mundial de Maçã e Pêra (WAPA) durante a sua Assembleia Geral Anual que decorreu durante a feira Fruit Logistica (de 5 a 7 de fevereiro) revelam que, para a campanha de 2025 no Hemisfério Sul, se prevê “um aumento de 5,5% na produção de maçã e uma diminuição de 3,3% na colheita de pera, face a 2024”.
Estes dados são relativos a seis países – Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Nova Zelândia e África do Sul, os principais produtores do Hemisfério Sul.
No caso da maçã, a estimativa de produção em 2025 no Hemisfério Sul é de 4.746.639 toneladas, sendo que, no ano passado, foram registadas 4.499.328 toneladas.
Tal como em outros anos, “prevê-se que a África do Sul mantenha a liderança como maior produtor de maçã (com 1.474.767 toneladas, mais 3,4% em comparação com 2024)”, diz a WAPA.
Segue-se o Brasil (950.000 toneladas, um volume 14,2% acima da colheita em 2024), o Chile (920.000 toneladas e +0,7%), Nova Zelândia (544.949 toneladas e +5,6%), Argentina (537.000 toneladas e +5,8%) e Austrália (319.000 toneladas e +5,5%).