Polpa de tomate, ketchup e molho de pizza. Portugal produziu mais de 1,6 mil toneladas de tomate para a indústria
A campanha agrícola do tomate para transformação vai de 1 de janeiro a 31 de dezembro. Portugal tem oito grandes empresas industriais autorizadas a operar neste mercado. Este ano, a produção está estimada em 1 640 781 toneladas.
A passata de tomates - ou Passata di Pomodoro (em italiano) - é um puré de tomates moídos, sem sementes nem pele. É produzido a partir de tomates muito maduros aos quais é adicionado sal e é também uma forma que os italianos encontraram de preservar este fruto, cujo auge da colheita é no verão.
A polpa de tomate resulta do processamento do tomate sem pele e sem sementes, podendo a sua textura – com mais ou menos pedaços - variar de marca para marca. É levemente concentrada e é-lhe adicionada uma pequena quantidade de água, sal e açúcar. É utilizada em variadas receitas culinárias como forma de realçar o sabor autêntico do tomate.
Por sua vez, o ketchup também é fabricado a partir do tomate fresco, que é lavado, triturado, aquecido para inativar as enzimas, refinado e transformado numa polpa concentrada. A essa polpa são adicionados os restantes ingredientes da receita na cozinha industrial (vinagre, alho, cebola, um pouco de malagueta, pimenta, sal e açúcar e outros condimentos ao gosto de cada marca). Esse preparado passa, depois, por um tratamento térmico (pasteurização) para garantir a segurança alimentar.
Estes são três dos produtos industriais mais conhecidos produzidos a partir da transformação do tomate em Portugal, nas oito fábricas autorizadas a operar no nosso país e que participam na medida de apoio associado “superfícies”, designado por «Pagamento ao Tomate para Indústria».
Portugal: um dos grandes produtores
Portugal é um dos grandes produtores europeus de tomate para indústria e possui também várias empresas industriais que operam na transformação desse fruto para fins culinários, seja em ambiente doméstico ou profissional.
Compareceram no evento “mais de 170 participantes”, numa iniciativa co-financiada pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020) no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC).
E os números são animadores. Vejamos: em 2023, a produção tinha atingido as 1 681 746 toneladas de tomate. Foi, aliás, uma das maiores produções dos últimos anos, só ultrapassada pela campanha de 2015. A área declarada foi de 17 869 hectares e a produtividade foi a quinta melhor da última década, atingindo as 94,12 toneladas por hectare.
Área plantada de 17 700 hectares
Em 2024, apesar de o ano ainda não ter chegado ao fim e os dados não estarem fechados, os números são semelhantes, embora com um ligeiro decréscimo. Os dados revelados pela FNOP, com base nos números do IFAP - Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, dão conta de uma produção estimada em 1 640 781 toneladas de tomate destinado a fins industriais e uma área plantada de 17 700 hectares.
“O encontro foi palco de análises detalhadas, apresentações inovadoras e discussões estratégicas para o futuro desta fileira vital para a economia do país”, revelou a FNOP em comunicado.
A Federação adiantou ainda que foi apresentada aos participantes “uma análise detalhada do panorama nacional e mundial da produção de tomate”, também tendo sido abordadas as tendências globais e os impactos que estas exercem no contexto local.
Além dos resultados da campanha de 2024, com destaque para os principais indicadores de produção e qualidade, o encontro “permitiu que os participantes refletissem sobre os resultados alcançados e retirassem ilações para as campanhas futuras”.
Num segundo momento, foi feita uma avaliação da campanha de transformação de 2024, com foco nos desafios presentes e nas perspetivas futuras para o setor do tomate de indústria. “Este segmento enfatizou a importância da resiliência e da capacidade de adaptação às exigências crescentes dos mercados nacionais e internacionais”.
Em paralelo, foram apresentados três projetos de investigação/inovação, destacando soluções tecnológicas e estratégicas para aumentar a eficiência, garantir a sustentabilidade e impulsionar a competitividade do setor.
Foram igualmente exploradas estratégias para mitigar os impactos destas mudanças e assegurar a continuidade e a competitividade do setor europeu do tomate de indústria.
Oito empresas industriais
Em Portugal, há oito empresas transformadoras aprovadas pelo IFAP para participarem na medida de apoio associado “superfícies” para o setor do tomate para transformação designada por «Pagamento ao Tomate para Indústria». E a aprovação para a campanha de 2025 já foi divulgada. As empresas são a CAMPIL, a SUMOL+COMPAL, a FIT, a ITALAGRO, a SUGAL, a TOMATAGRO, a CONESA PORTUGAL e a SUTOL.
No que respeita à internacionalização e níveis de exportação do tomate de indústria nos últimos anos, os números também são positivos. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativamente a 2022 indicam que o tomate transformado é o produto mais exportado, representando 330 milhões de euros no total das exportações nacionais. A União Europeia é o principal destino, mas o Japão é, de fora da Europa, um dos maiores mercados de venda deste produto para o exterior.