Atenção aos pólenes, há níveis máximos no ar!

Em Portugal Continental, diz o Boletim Polínico da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, vão registar-se níveis muito elevados nos próximos dias.

Níveis de pólens estão muito elevados.

As concentrações de pólenes no ar, vão estar muito elevadas em todas as regiões de Portugal Continental nos próximos sete dias, segundo o Boletim Polínico da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC). De acordo com o boletim, que está em vigor até dia 28 de março, em Lisboa e em Setúbal, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio para os das árvores plátano, azinheira e outros carvalhos e ciprestes, e das ervas urtiga e parietária.

Em Vila Real, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, predominando os das árvores plátano, cipreste, pinheiro e carvalhos, a mesma situação para o Porto, ainda com níveis muito elevados provenientes da erva urtiga. Em Coimbra, encontram-se igualmente em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das árvores plátano, cipreste, pinheiro, azinheira e outros carvalhos e das ervas urtiga e parietária.

Por sua vez, em Castelo Branco, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, na atmosfera predominam os pólenes das árvores plátano, cipreste, pinheiro, azinheira e outros carvalhos e da erva azeda. De acordo com o Boletim, em Évora, também os níveis são muito elevados, com destaque para os das árvores plátano, azinheira e outros carvalhos, cipreste e das ervas urtiga e azeda.

Ainda no continente, em Portimão, os pólenes vão estar com níveis muito elevados, predominando os das árvores pinheiro, azinheira e outros carvalhos e cipreste, e da erva urtiga. Na Madeira, e ao contrário das regiões do continente, os pólenes estarão em níveis baixos, à semelhança do que acontece na região autónoma dos Açores onde os pólenes apresentam também níveis baixos. Os dados do Boletim Polínico são de divulgação semanal e registam os níveis de pólenes existentes no ar atmosférico após a recolha e leitura através de postos existentes em várias regiões do país.

Tempo quente e seco aumenta níveis de pólenes.

Um bom indicador para o estudo das alterações climáticas

Segundo Elsa Caeiro, membro da Rede Portuguesa de Aerobiologia e investigadora do Laboratório de Polinologia da Universidade de Évora está, nesta altura, a ocorrer uma sobreposição de curvas polínicas de espécies diferente que são causa frequente de doenças alérgicas como rinite e asma.

O pólen de oliveira, por exemplo, está a atingir níveis jamais alcançados. Isto é particularmente notório no sul de Portugal, onde a oliveira é cultivada de forma extensiva e intensiva. A oliveira, de acordo com alguns estudos, pode ser utilizada como um bio-indicador de alterações climáticas na região Mediterrânica.

Segundo a investigadora, o fenómeno deste ano pode possivelmente ser uma consequência dessas alterações, pois, segundo alguns estudos, as alterações climáticas induzem algumas plantas a polinizar precocemente e durante um intervalo de tempo maior.

As condições meteorológicas na altura da polinização das espécies, são as ideais (temperaturas próximas dos 25 graus e a ausência de precipitação, conjuntamente com dias de sol e vento), por isso são libertadas e emitidas para a atmosfera elevadas concentrações de pólen.