Poderá haver um novo apagão? Especialistas afirmam que não foi um caso isolado
Depois do apagão que ocorreu na passada segunda-feira, especialistas do setor energético afirmam que não será um caso isolado. Poderá voltar a acontecer? Como deve a população preparar-se? Saiba mais aqui!

De acordo com as declarações oficiais ao Al Rojo Vivo, o especialista do setor energético Carlos Cagigal, alertou que, o apagão que ocorreu na segunda-feira, da 28 de abril, não será um caso isolado, defendendo ainda a necessidade de preparar a população.
Depois de várias especulações sobre a origem do apagão, Carlos Cagigal afirma ter havido uma sobrecapacidade de produção de eletricidade, que provocou flutuações de tensão e, consequentemente, o colapso da rede.
Excesso de energia solar pode explicar apagão ibérico
De acordo com a empresa espanhola Red Elétrica, a origem do apagão deveu-se a um desequilíbrio entre a oferta e a procura de energia.
Um desajuste na rede que, segundo o El Mundo, já tinha sido registado na semana passada, quando a Repsol emitiu avisos para alguns dos seus principais clientes sobre uma falha abrupta no fornecimento de energia na refinaria de Cartagena, em Espanha.

Os dois episódios, de acordo com fontes citadas pelo jornal espanhol, poderão estar relacionados: o excesso de energia fotovoltaica a superar a procura obrigando a uma resposta por parte do setor energético.
As oscilações na rede levaram a que os dois países ficassem sem energia na rede, numa altura em que Portugal importava energia do país vizinho por ser mais barata.
Apelo à preparação da população
O alerta mais preocupante de Carlos Cagigal vai para os próximos meses.
Este especialista afirma não ter sido um caso isolado e, portanto, a população deve estar preparada, sendo ainda estritamente necessário melhorar a resiliência do sistema energético ibérico, sobretudo perante o crescimento da produção renovável.
Segundo o especialista, poderá demorar entre 12 a 24 meses até que as infraestruturas espanholas estejam preparadas para lidar eficazmente com estes picos de produção, através da expansão de sistemas de armazenamento e de reforço dos pontos de ligação à rede.
Enquanto isso, Portugal e Espanha continuam a avaliar os danos provocados por um incidente que afetou milhões de pessoas, com repercussões em setores tão distintos como os transportes ferroviários, a aviação, o comércio, os serviços de saúde e a comunicação digital.