A pior tempestade de areia da década atinge a China e a Mongólia

O Norte da China e Pequim assistem atualmente à pior tempestade de areia vivida numa década. Há muito tempo que não era tão intensa e extensa. Centenas de voos de dois importantes aeroportos de Pequim foram cancelados devido aos ventos fortes associados e à visibilidade reduzida.

O repórter Shen Shiwei partilhou filmagens dos céus castanho-alaranjados na segunda-feira 15 de março (acima), onde se observa o contorno difuso dos edifícios. Arranha-céus no centro de Pequim foram envoltos em poeira e em partículas de areia - numa névoa nebulosa, como algo saído de um filme de ficção científica pós-apocalíptico, como podemos ver nos vídeos partilhados nas redes sociais.

As partículas de areia e poeira que flutuavam no ar derivaram de uma tempestade que se desenvolveu originalmente no deserto de Gobi, na Região da Mongólia Interior. Este deserto é uma vasta área árida que se estende desde o norte da China até ao sul da Mongólia. A região pode ser suscetível a condições meteorológicas extremas exacerbadas pela expansão urbana e pelo sobrepastoreio que acelera a desertificação. O vento levantou poeira e areia do deserto e transportou as partículas em suspensão para o norte da China e para a capital do país.

A tempestade de areia podia ser vista desde Xinjiang e Gansu no noroeste da China até à Mongólia Interior e Hebei. Algumas escolas foram aconselhadas a fechar devido às condições adversas. Infelizmente, seis pessoas foram encontradas mortas após a severa tempestade de areia que atingiu a Mongólia durante o fim-de-semana, e cerca de 80 desapareceram.

O serviço meteorológico do país descreveu-a como a pior tempestade de areia numa década, tendo emitido um alerta amarelo devido às condições, com níveis nocivos de qualidade do ar. Anteriormente, o Centro Meteorológico Nacional tinha previsto areia e poeira na área, esperando-se que afetasse 12 províncias e regiões.