Pára tudo: esta é a melhor altura para visitar a Mata da Margaraça. Descubra porquê
Com as cores vibrantes e trilhos tranquilos, a Mata da Margaraça, na Serra do Açor, é um paraíso para amantes da natureza e caminhantes. O que poucos sabem é que agora é mesmo a melhor época para visitá-la.
Já sabemos que esta é, para muitos, a melhor altura para viajar. Mas, será que é também uma boa época para passear pelo país? Nós diríamos que sim!
Além de menos multidões, não faltam produtos sazonais para experimentar — e sabemos como Portugal é rei nesse campo — e cenários fantásticos para observar. A verdade é que, à medida que as folhas das árvores vão mudando de cor, as paisagens ganham outro encanto — e visitá-las torna-se ainda mais especial.
Pode começar já a fazê-lo neste fim de semana. Não se preocupe. Apesar de o tempo em Portugal ter arrefecido nesta quinta-feira, 17 de outubro, prevê-se que as temperaturas voltem a subir logo nas primeiras horas de sábado, 19.
Estão reunidas, assim, as condições perfeitas para partir à aventura. E quanto ao destino? Esse também já está decidido: Mata da Margaraça. É que esta é mesmo a melhor altura do ano para conhecê-la.
Uma joia natural que ganha um charme especial no outono
Localizada na Serra do Açor, a Mata da Margaraça é um dos segredos mais bem guardados de Portugal. “Um espaço único”, “a natureza na sua expressão mais divina”, ou “uma relíquia de outros tempos”, são apenas alguns dos comentários feitos sobre este local. O que poucos sabem é que se torna especialmente encantadora no outono.
Quando as temperaturas começam a descer, a mata transforma-se numa tela de cores vibrantes, com folhas em tons de laranja, vermelho e dourado a cobrir as suas trilhas sinuosas. As árvores, muitas delas centenárias, revelam uma beleza ainda mais majestosa com a mudança de estação.
Ao visitar a Mata da Margaraça no outono, é fácil perceber porque é que este lugar é um paraíso para os amantes da natureza e para os caminhantes. A diversidade de flora inclui espécies autóctones raras, como o azevinho e o castanheiro, o que cria um ambiente mágico por onde se pode passear em harmonia com a natureza.
Ao explorar este local mais tarde, porém, pode já não ter a mesma sorte. Com 68 hectares, que se estendem por uma encosta entre os 600 e os 850 metros de altitude, a mata tem proteção oficial desde 1979 e corresponde a uma das mais notáveis florestas caducifólias existentes em Portugal. Isto significa que, em determinado período do ano, perde as suas folhas, uma composição vegetativa que ocorre em regiões mais húmidas e que não enfrentem invernos tão rigorosos.
E, claro, que uma das melhores formas de conhecer todo este património é a andar. Sugerimos que comece por fazer um percurso circular de 1,5 quilómetros, a partir do Centro de Interpretação da Área Protegida.
Uma das matas mais antigas e bem conservadas do país
“Ao longo do percurso pode desfrutar-se da tranquilidade da mata, dos seus odores e sons característicos e observar: a antiga represa de água; antigos terrenos agrícolas; um pequeno núcleo museológico na Casa da Eira; fornos de refugo (construção em xisto onde se preparava a madeira de castanho utilizada na manufatura das cestas); moinho de rodízio horizontal junto à ribeira”, lê-se no site Natural.pt, que classifica este trilho com dificuldade média.
Além de socalcos separados por velhos muros de xisto, é possível ver, logo no início, uma antiga represa de água, utilizada para regar os terrenos agrícolas que começaram a ser abandonados há cerca de meio século devido ao despovoamento e envelhecimento da população. Os vestígios da levada de água que transportava água até lá ainda são visíveis.
“Um dos ex-libris surge a meio do percurso, após uma descida mais exigente que leva à cascata da Fraga da Pena, uma queda de água com 19 metros de altura que forma uma pequena lagoa onde é possível ir a banhos”, nota a revista ‘NiT’. Dali, também poderá avistar um moinho de água em xisto, mais um testemunho da presença humana naquele lugar.
Mas tenha atenção. É que não é só a fauna que existe em abundância: a diversidade de animais é igualmente elevada. Aqui há uma centena de espécies de aves, 18 de mamíferos, oito de morcegos, 11 de répteis e seis de anfíbios. Prepare a máquina para registar algumas das melhores aparições.
Triste, porém, é saber que esta floresta já foi algumas vezes tocada pelo fogo. Ainda assim, tem recuperado e sobrevivido aos infortúnios.
“A floresta que observa à sua volta é uma relíquia da floresta primitiva que cobria estas serranias xistosas antes da intervenção humana. Os incêndios sucessivos, os cortes de floresta para obter solo arável e para a pastorícia acabaram por reduzir uma antiga floresta frondosa às extensas áreas de matagal que hoje cobrem esta serra”, nota o site Natural.pt.
“Restam poucos vestígios dessa antiga floresta, a Margaraça constitui o mais extenso e bem conservado desses últimos redutos.”