Países unem-se para proteger as terras e os Oceanos
Uma coligação de países uniu-se com o objetivo de criar um compromisso que pretende evitar extinções em massa e que, em simultâneo, garanta a todos os seres vivos ar respirável e água potável. Contamos-lhe tudo acerca desta iniciativa!
Uma coligação de mais de 50 países, comprometeu-se no início desta semana a proteger pelo menos 30% da superfície do planeta até 2030, de forma a travar a destruição do ambiente natural e a travar assim as extinções em massa da fauna e da flora selvagem. Este compromisso, é considerado como um “acordo de Paris” para a natureza, para além de visar evitar extinções em massa, pretende assegurar a normal produção de água e ar limpos, assegurando o equilíbrio dos ecossistemas, essenciais para a vida humana.
Este compromisso foi concebido pelo High Ambition Coalition for Nature and People (HAC), uma organização intergovernamental liderada pelo Reino Unido, pela França e pela Costa Rica. Desta organização fazem ainda parte países de seis continentes diferentes, que ambicionam um acordo global para a natureza e para a população de forma a travar a acelerada perda de certas espécies, protegendo ecossistemas vitais que são a fonte da sustentabilidade económica mundial.
O HAC tornou público este compromisso, na semana em que a cidade de Paris e o Presidente francês Emmanuel Macron, receberam a cimeira One Planet. Esta cimeira visou reunir, de forma presencial e à distância, os líderes de vários países de forma a discutir a crise da biodiversidade, a promoção da agricultura sustentável e a relação entre a saúde humana e a natureza. Foram participantes os líderes da Alemanha, do Reino Unido e do Canadá, bem como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Que impactes pode ter esta coligação no mundo atual?
Segundo alguns estudos científicos realizados nos últimos anos, a atividade humana tem sido responsável pela extinção em massa de inúmeras espécies vegetais e animais, essenciais ao equilíbrio dos ecossistemas. As produções agrícolas intensivas, a atividade mineira e o esgotamento dos recursos hídricos estão a levar ao limite alguns ecossistemas, cruciais para a sobrevivência da humanidade.
Através da HAC, os países pertencentes comprometem-se a combater aquilo a que os cientistas já apelidaram como o sexto evento de extinção em massa na história do planeta Terra. Este compromisso vai ao encontro daquilo que a Convenção para a Diversidade Biológica das Nações Unidas pretende que os governos mundiais adotem a partir do próximo mês de maio.
Nesse mês, a cidade chinesa de Kunming vai receber o COP 15, conferência onde os líderes mundiais vão apelar a que outros países adiram ao compromisso já citado de forma a responder ao falhanço total relativo à implementação das metas estabelecidas em 2010, na cidade de Aichi, no Japão. Há a preocupação clara de levar este compromisso do papel, para ações concretas da vida real.
Por outro lado, com o anúncio de proteção de áreas cada vez maiores pode levar a ocupação indevida de terras e à violação de direitos humanos das comunidades indígenas. Pode ainda preocupar alguns países em desenvolvimento, que desejavam aproveitar economicamente determinadas áreas, ao invés de pura e simplesmente apostarem na sua conservação.
Este compromisso conta ainda com o apoio financeiro de países, como é o caso do Reino Unido, que vai investir cerca de 3 biliões de libras nos próximos 5 anos. Este investimento, tem como objetivo a conservação da natureza e da biodiversidade, a uma escala internacional.