Paço de Calheiros: uma viagem pela história e hospitalidade de Ponte de Lima
Com mais de 700 anos de história, o Paço de Calheiros, pérola de Ponte de Lima, é um exemplo singular da arquitetura senhorial portuguesa, aliando a história, a arte e o turismo. Saiba mais aqui!
Localizado em Ponte de Lima, o Paço de Calheiros é uma das mais antigas casas senhoriais de Portugal, com origens anteriores à fundação do Reino em 1143. Com mais de 700 anos na posse da mesma família, este solar contempla uma história rica em tradição, nobreza e pioneirismo. Francisco Calheiros, o atual conde, é um defensor ativo da preservação do património e do desenvolvimento do Turismo de Habitação, sendo o paço classificado como Imóvel de Interesse Público (IIP) desde 1977.
A origem do Paço de Calheiros remonta ao século XII, quando a família Calheiros já era proprietária de um paço-torre, cujos vestígios arqueológicos foram recentemente encontrados. Em 1336, o rei Dom Afonso IV concedeu a honra da Quinta de Calheiros a Martim Martins, o que solidificou a ligação desta família à região do Lima. Este solar, outrora chamado Paço Velho, evoluiu ao longo dos séculos, preservando elementos históricos e arquitetónicos que o tornam único.
Arquitetura que marca o Vale do Lima
O Paço de Calheiros destaca-se pela sua imponente arquitetura, com duas fachadas principais. A entrada é marcada por um portão armoriado e uma alameda ladeada por árvores que conduz a um terreiro com uma fonte central. A capela dedicada a São Bento, padroeiro da família, ocupa o lugar central na escadaria, um posicionamento raro em casas senhoriais.
Mais à frente, a fachada virada para o jardim, com vista privilegiada para o rio Lima, apresenta a tipologia de “casa longa”, emoldurada por dois torreões. Esta configuração, pioneira na região Norte de Portugal, confere ao paço uma identidade arquitetónica que se harmoniza com a restante paisagem.
No interior, o salão nobre presenteia quem visita o Paço com retratos e reposteiros que contam a história da linhagem Calheiros e Azevedo. A cama da rainha Carlota Joaquina e outros elementos decorativos enriquecem os espaços, demonstrando a relevância da família na história nacional. O salão conduz a outras divisões, como a sala de jantar e os quartos, que, desde os anos 1980, são abertos aos hóspedes, permitindo uma experiência autêntica de Turismo de Habitação.
Pioneirismo no Turismo de Habitação
Francisco Calheiros, o atual conde, tem sido um visionário na adaptação do paço às exigências contemporâneas sem comprometer a autenticidade histórica. Fundador da TURIHAB e da rede Solares de Portugal, o conde promoveu a transformação do Paço de Calheiros num ícone do Turismo de Habitação em Portugal.
Os hóspedes têm a oportunidade de partilhar momentos com o anfitrião, incluindo o pequeno-almoço, numa experiência personalizada que reflete a hospitalidade minhota. Os jardins bem cuidados, que incluem pomares e vinhas, conformam um ambiente de tranquilidade e beleza.
A ligação cultural também se manifesta na figura de Fernão Rodrigues de Calheiros, trovador do século XIII, que escreveu mais de 30 cantigas em galaico-português, consolidando a tradição literária da família.
Atualmente, o Paço de Calheiros continua a ser um símbolo de preservação patrimonial e do desenvolvimento regional e local. A iniciativa de Turismo de Habitação não apenas salvaguarda o edifício e os seus valores históricos, mas também contribui para o desenvolvimento do segmento de turismo cultural no Norte de Portugal, atraindo visitantes nacionais e internacionais.
Com a dedicação do atual conde e o seu compromisso com a comunidade, o Paço de Calheiros mantém-se como um dos principais marcos do vale do Lima, uma verdadeira sala de visitas em Ponte de Lima.