Ozono, uma protecção potencialmente perigosa?
É, fundamentalmente, nos meses de verão, que a preocupação com os efeitos do Ozono se torna mais significativa, quando se reúnem condições propícias à sua mais fácil e rápida formação - dias de insolação intensa e constante, temperaturas elevadas e vento fraco.
Na troposfera (até cerca de 10 km de altitude), quando em elevados níveis de concentração, tal como outros oxidantes fotoquímicos, o Ozono pode exercer um efeito agressivo e tóxico nos seres vivos, provocando problemas ao nível das mucosas respiratórias por afectar os brônquios e os alvéolos pulmonares, manifestando-se através de sintomas como tosse, dores de cabeça, dores no peito, falta de ar; contribui para o agravamento de patologias respiratórias já existentes, e reduz a resistência a infecções. Ao nível das mucosas oculares, provoca irritação nos olhos. Exerce ainda, efeito corrosivo em diversos materiais.
Ou seja, a concentração de Ozono na baixa atmosfera pode provocar vários tipos de resposta consoante os órgãos anatómicos afetados, podendo ir desde um simples quadro de sintomas respiratórios, a hipertensão arterial e eventualmente cancro, sendo que a gravidade destes efeitos aumenta com o volume de concentração de Ozono no ar, o tempo de exposição e a quantidade inalada.
Espontaneamente, este gás acumula-se na estratosfera (entre 10 a 50km de altitude), na designada “camada de ozono”, onde desempenha o papel de filtro, uma espécie de escudo protector que favorece a existência de vida no planeta, uma vez que absorve grande parte das radiações ultravioleta.
Destacar, no entanto, a salutar importância da restante quantidade de radiação que consegue passar por este filtro, uma vez que contribui para a formação de vitamina D no corpo humano, indispensável ao normal desenvolvimento dos ossos. Salientar, contudo, a potencial perigosidade da radiação ultravioleta que atinge a superfície do planeta, quando a ela expostos sem protecção, e por períodos prolongados.
Tem influência na qualidade do ar que respiramos?
Combinado com factores como a intensidade do tráfego de veículos, a densidade populacional, a topografia do terreno e as condições meteorológicas (a temperatura do ar, a humidade relativa, a intensidade da radiação solar, o vento). Por conseguinte, a qualidade do ar tem determinante influência na saúde das populações, particularmente na de grupos sensíveis, cuja capacidade respiratória se encontra em formação ou debilitada, como crianças, idosos e indivíduos com problemas respiratórios.
É já constatável, como resultado de investigações médico-científicas, que a exposição aos poluentes atmosféricos provoca um aumento na morbilidade por doenças respiratórias, nomeadamente em grupos de maior vulnerabilidade, assim como, é possível estabelecer paralelismo entre ondas de calor e concentração do poluente Ozono, e o despoletar de patologias respiratórias.
Uma atmosfera limpa, não poluída, deve ser considerado um direito elementar, um requisito básico à vida, devendo ser por isso premente, generalizar a monitorização da qualidade do ar, em prol da definição de estratégias que visem a promoção da saúde humana, do bem-estar e da qualidade de vida, assim como, a redução da poluição ambiental, para um maior equilíbrio ecossistémico!