Outubro de 2021 foi um mês muito quente em Portugal continental
O mês de outubro de 2021 em Portugal continental classificou-se, do ponto de vista climatológico, como um mês muito quente em relação à temperatura do ar e normal em relação à precipitação. E quanto à seca meteorológica, qual é o ponto da situação? Saiba mais aqui!
O tempo durante o mês de outubro foi condicionado predominantemente pela ação de cristas anticiclónicas, frequentemente associadas ao anticiclone dos Açores. No entanto, a precipitação que ocorreu foi devida à passagem de superfície frontais.
Temperatura
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, IPMA, em Portugal continental, no mês de outubro, o valor médio da temperatura média do ar, 17.73 °C, foi superior ao valor normal 1971-2000, em 1.52 °C.
Nos últimos 20 anos, apenas em 4 a temperatura média foi inferior ao valor normal 1971-2000. O valor médio da temperatura média do ar em outubro foi o 6º mais alto desde 2000. O mais alto registou-se em 2017 e foi de 19.57 °C.
O valor médio de temperatura máxima do ar, 23.69 °C, foi superior ao valor normal, +2.46 °C, sendo o 5º valor mais alto desde 2000. O maior valor, 27.11 °C, ocorreu em 2017. O maior valor da temperatura máxima do ar em outubro foi 34.2°C e registou-se em Mora no dia 7.
O número de dias com valores de temperatura máxima superiores a 30 °C (dias quentes) foram superiores ao valor normal e ocorreram no período de 6 a 15 e nos dias 18 e 19. Em algumas das estações mais a sul, verificou-se a ocorrência de uma onda de calor no período mais quente do mês, entre 6 e 15 de outubro.
O tempo em novembro de 2021: o que nos espera?
O valor médio de temperatura mínima do ar, 11.77 °C, foi 0.58 °C superior ao valor normal. O menor valor da temperatura mínima do ar em outubro foi 0.2 °C e registou-se em Carrazeda de Ansiães nos dias 24 e 28.
Até ao dia 20 registaram-se valores da temperatura mínima próximos ou superiores à normal. A partir do dia 22, os valores foram inferiores à média mensal, com exceção do período entre 29 e 31, em que se verificou uma subida acentuada com desvios superiores a +4.0 °C nos dias 30 e 31.
Precipitação
Ainda de acordo com o IPMA, o valor médio da quantidade de precipitação em outubro, 87.7 mm, foi próximo do valor normal 1971-2000, com um desvio de -10.5 mm em relação à média do referido período.
Durante o mês apenas se verificou precipitação mais significativa em 6 dias: 3, 17, 28 a 31. De realçar este último período com a ocorrência de precipitação, por vezes, persistente e forte a muito forte nos dias 29 e 31 nas regiões do Norte e Centro, e no dia 30 nas regiões do Centro e Sul.
Nos dias 30 e 31 foram ultrapassados os maiores valores diários de precipitação em outubro em algumas estações meteorológicas, como foi o caso da Covilhã, com um registo de 114.1 mm. O anterior máximo de outubro naquela estação foi 104.2 mm e ocorreu em 2004.
O maior valor mensal da quantidade de precipitação em outubro foi registado na estação meteorológica de Vila Nova de Cerveira, 245.4 mm, e o menor em Castro Marim, 3.0 mm.
Os valores da quantidade de precipitação foram superiores ao normal na região Centro e inferiores em grande parte da região Norte e nas regiões a Sul do Tejo, sendo de salientar o Baixo Alentejo e Algarve com percentagens inferiores 25% em relação ao valor normal.
Monitorização da Seca – Índice PDSI
De acordo com o Índice Meteorológico de Seca, PDSI, índice meteorológico de seca calculado pelo IPMA para a monitorização da situação de seca, no final de outubro verificou-se uma diminuição da área em seca meteorológica no Alto Alentejo e um aumento da intensidade no Baixo Alentejo e Algarve, com alguns locais na classe de seca severa (Alvalade - Santiago do Cacém; e Barlavento Algarvio).
A distribuição percentual por classes do índice PDSI no território é a seguinte: 40.0% em chuva fraca, 31.8% normal, 13.6% seca fraca, 11.6% seca moderada e 3.0% em seca severa. Em relação ao final de setembro é de assinalar um aumento da área na classe de chuva fraca, e o aparecimento da classe de seca severa.