Os humanoides são cada vez mais populares: conheça alguns dos robôs mais avançados do mundo

Expressam emoções, respondem a perguntas, conversam sobre o tempo ou brincam com crianças. Estas máquinas já estão entre nós e prometem continuar a evoluir para tomar decisões cada vez mais autónomas.

Robô humanoide
De assistência a idosos, até à realização de tarefas industriais, passando por operações em ambientes inóspitos, os humanoides já desempenham inúmeras tarefas. Foto: Claire Rye/Pixabay

Os robôs humanoides estão há várias décadas entre nós. Será preciso, aliás, recuar até 1810 para encontrar aquele que é considerado o primeiro autómato, construído pelo engenheiro mecânico alemão Friedrich Kaufmann - um soldado do tamanho de um humano com uma trompeta capaz de executar notas musicais.

Teríamos, no entanto, de esperar até 1928 para ver Eric, um dos primeiros robôs do mundo, projetado pelo inglês William Richards e exibido na Exposição Anual da Model Engineers Society, em Londres.

De lá para cá, a inovação expandiu os sistemas robóticos que, nos anos mais recentes, entraram nas fábricas, nos restaurantes, nos armazéns ou nas nossas casas.

Desde a assistência a idosos e a realização de tarefas industriais até operações em ambientes perigosos ou inóspitos, estas máquinas estão a ser preparadas para desempenhar um papel significativo no mercado de trabalho.

Embora tenham ainda muito para evoluir, a rápida aceleração da tecnologia, impulsionada pela Inteligência Artificial, sensores ou machine learning, tem vindo a aproximar os líderes desta indústria da produção em série, trazendo para o mercado máquinas com inteligência semelhantes à humana.

robô Eric
George, um modelo de 1930, é a versão posterior de Eric, que na imagem toma o pequeno-almoço com o seu inventor William Richards em Berlim. Foto: Bundesarchiv, Bild 102-09312 / CC-BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

A robótica está cada vez mais perto de modelos que prometem interpretar o ambiente à sua volta, processar grandes quantidades de dados em tempo real e tomar decisões de forma autónoma.

Enquanto aguardamos pelas gerações futuras de robôs cada vez mais sofisticados, fique a conhecer alguns dos humanoides mais evoluídos que já saíram da ficção científica e estão entre nós.

Ameca, o humanoide hiper-realista

O robô Ameca, construído pela empresa britânica de robótica Engineered Arts, é um humanoide capaz de replicar, de forma muito realista, expressões faciais e movimentos corporais. Entre os vários talentos, consegue piscar o olho, rir e encolher os ombros.

Robô Ameca
Ameca é considerado o humanoide mais avançado do mundo. Foto: Divulgação/ National Robotarium

Os seus recursos incluem microfones integrados, câmaras, software de reconhecimento facial, sistemas de visão computacional ou componentes articulados que lhe permitem interagir com humanos de maneira natural e até com algum sentido de humor.

A máquina encontra-se exposta no National Robotarium, centro de robótica da Escócia, e será usada para estudar as reações dos humanos aos robôs.

Sophia, o robô de companhia

Sophia, o humanoide desenvolvido pela empresa Hanson Robotics, de Hong Kong, é capaz de reproduzir 62 expressões faciais. Modelado em homenagem à atriz Audrey Hepburn, foi projetado para aprender com os humanos, mostrando-se capaz de responder a certas perguntas e conversar sobre tópicos predefinidos como o estado do tempo.

Robô Sopha
Sophia está entre os humanoides mais conhecidos do mundo. Tem cidadania saudita e já esteve na Web Summit de 2018, em Portugal. Foto: Divulgação/Hanson Robotics

O robô utiliza tecnologia de reconhecimento de voz e software de Inteligência Artificial, conseguindo analisar conversas e retirar novos dados que lhe permitem melhorar as suas futuras respostas.

A fabricante Hanson Robotics projetou Sophia para fazer companhia a idosos em lares de terceira idade e para orientar o público em grandes eventos e parques de entretenimento.

Junco Chihira, a agente turística em Tóquio

Junco Chihira é um robô criado pela Toshiba em parceria com várias universidades japonesas como parte de um projeto para as Olimpíadas de 2020. Atualmente, trabalha a tempo inteiro num posto de informação turística em Tóquio.

Até 2017, apenas conseguia responder com um discurso previamente definido, mas ganhou, entretanto, capacidades de reconhecimento de voz, podendo responder a todas as dúvidas dos turistas.

Robô Junko Chihira
Junco Chihira é um humanoide que trabalha em Tóquio como rececionista em postos de informação turística. Foto: Divulgação/Toshiba

Junco Chihira é capaz de cumprimentar os visitantes e fornecer-lhes informações em japonês, inglês e chinês. O humanoide pode ainda reconhecer os indivíduos e recordar as suas preferências.

Pepper, o companheiro das crianças

Desenvolvido pela empresa japonesa Softbank Robotics, Pepper é um robô projetado para ser usado em escolas e centros de saúde. Com 120 centímetros de altura, o robô personaliza as suas interações, conseguindo lembrar os nomes dos alunos e dos utentes e reproduzindo ainda diversos comportamentos humanos.

Robô Pepper
Pepper reconhece os rostos e lembra-se dos nomes das crianças, conseguindo falar, jogar e brincar com humanos. Foto: Divulgação/ Softbank Robotics

O humanoide também inclina a cabeça quando está a ouvir e faz gestos, comentários e sons para demonstrar empatia. Pepper pode ainda aprender a dançar e jogar jogos com crianças, estando ainda projetado para ajudar os autistas a desenvolver habilidades sociais, expressões e emoções.

Robonauta, o explorador espacial

Robonaut2 (R2) foi criado pela NASA para substituir os rovers que atualmente exploram o planeta Marte. Move-se através de um segway, a sua cabeça está equipada com microfones, os braços podem esticar e as mãos agarram facilmente qualquer objeto.

O R2 é composto por muitas outras tecnologias, como sistemas de visão e de reconhecimento de imagem, sensores integrados, tendões manuais, algoritmos de controlo e muito mais.

Robonaut2 da NASA
O R2 tem vindo a ser melhorado continuamente desde 1997 e foi o primeiro humanoide a conquistar o espaço em 2011. Foto: NASA

Embora tenha sido projetado para missões espaciais, as quase 50 tecnologias patenteadas do R2 permitem que possa ser utilizado em diferentes ambientes, como logística e distribuição, robótica médica e industrial, entre outros.

Referências do artigo

Penco, L. Whole-body Teleoperation of Humanoid Robots. Florida Institute for Human and Machine Cognition (2022).

Gourgey, B. In 1928, Eric the Robot promised the robot-butler of the future. Popular Science (2024).

Shaikh, K. AMECA, Atlas, Optimus: Top 10 insane humanoid robots to watch out for in 2025. Interesting Engineering (2024).

Alecrim E., Pepper, o robô que “lê” emoções e teve mil unidades vendidas em um minuto no Japão. Tecnoblog (2024).

Kartik, M. The Top Five Humanoid Robots. SimpliLearn (2024)