Organismos gelatinosos preocupam banhistas na costa Algarvia
Segundo a Capitania do Porto de Vila Real de Santo António, o número de ocorrências registadas na última semana devido ao contacto com alforrecas, medusas e caravelas-portuguesas, tem sido superior ao habitual. Descubra como se defender destes organismos.
Verão é sinónimo de altas temperaturas e de praia para muitos portugueses e, como o tempo tem proporcionado, estas semanas os areais do país são mais procurados. Mas como em toda a natureza, também nas praias há perigos e no Algarve o mar tem trazido alguns “dissabores aos veraneantes” devido ao aumento de avistamentos de medusas, alforrecas e peixes-aranhas.
A verdade é que estes organismos gelatinosos estão a aparecer mais em Portugal e o responsável pode ser mesmo o clima, segundo a GelAvista, projeto de “ciência cidadã". De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o aumento destas ocorrências pode estar relacionado com as correntes e os ventos que favorecem o transporte dos organismos até às praias acompanhada pelo consequente aumento da temperatura da água.
No Algarve, as temperaturas da água tem atingido os 23/24 ºC, nomeadamente na zona do Sotavento, entre Faro e Vila Real de Santo António. E de acordo com as previsões os próximos dias serão de temperaturas do ar elevadas. As previsões indicam que no Algarve as máximas andarão acima dos 30 ºC, com 40ºC esperados para Alcoutim.
No Alentejo, Serpa deverá chegar aos 40 ºC, Elvas e Reguengos de Monsaraz aos 41 ºC. Em Trás os Montes, Mirandela, Valpaços e Freixo de Espada à Cinta vão chegar aos 37 ºC, tal como Vila Nova de Foz Côa. Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão atingem os 39 ºC.
Águas-vivas na costa Algarvia
As águas-vivas, também conhecidas como medusas ou alforrecas, surgiram nos mares há pelo menos 600 milhões de anos e são animais gelatinosos que vivem no mar, na coluna de água à superfície, e podem ter diferentes tamanhos, podendo alcançar 60 centímetros de comprimento, formas ou cores.
Estes animais têm tentáculos que podem libertar um líquido, potencialmente urticante e perigoso que serve para paralisar pequenos animais, dos quais se alimentam, ou como mecanismo de defesa. O contacto com uma água-viva pode produzir irritação na pele e até queimaduras ou outras reações graves e prejudiciais.
A caravela-portuguesa
A caravela-portuguesa vive na superfície do mar graças ao seu flutuador cilíndrico, azul-arroxeado, cheio de gás. Os seus tentáculos podem atingir 30 m e o seu veneno é muito perigoso. A picada da caravela é muito dolorosa e passível de provocar queimaduras graves.
Atenção aos sinais de aviso nas praias!
Quando o banhista avistar este tipo de animal deve afastar-se, evitando o contacto. Se sentir uma picada, deve sair rapidamente da água, dirigindo-se de imediato ao nadador salvador. No caso de haver contacto com medusas ou alforrecas não deve esfregar ou coçar a zona atingida para não espalhar o veneno, nem usar água doce ou álcool.
Não devem ser colocadas ligaduras. Deve lavar com cuidado com a própria água do mar e retirar com cuidado os tentáculos da água-viva (caso tenham ficados agarrados à pele) utilizando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico ou água do mar.
Quando for picado por um peixe-aranha deve colocar a zona queimada na areia quente e desinfetar.