Onda de calor no início da primavera aumenta o risco de incêndio na Austrália
Nem chegou o verão e a Austrália já está a enfrentar uma onda de calor escaldante! Maratonistas precisaram de ser hospitalizados devido à exaustão causada pelo calor!
As condições de calor escaldante chegaram cedo a partes da Austrália, com um alerta de perigo extremo de incêndio emitido para Sydney e equipas de emergência que lutam contra os incêndios na Tasmânia, Nova Gales do Sul e Queensland.
O surto de incêndios florestais na Austrália
Um período recorde de calor em setembro está a “assar” os estados do sul com temperaturas de até 18 °C acima da média. Cerca de uma dúzia de cidades no sudeste do país já quebraram recordes de temperatura no mês de setembro.
Nova Gales do Sul está a ser afetada com dezenas de incêndios florestais. Embora o pior da onda de calor possa ter passado, as condições persistentes de seca e rajadas de vento continuam a representar riscos de incêndios florestais.
Em Nova Gales do Sul foram registados 68 focos de incêndios na última quarta (20), e mais de 600 bombeiros estão empenhados no combate às chamas.
O surto de incêndios foi alimentado por uma combinação de temperaturas quentes, ventos fortes e vegetação muito seca, juntamente com a atuação de uma forte área de alta pressão que intensificou o calor na região.
Maratonistas foram hospitalizados por causa do calor
A cidade de Sydney experimentou recentemente uma onda de calor escaldante, com o aeroporto da capital a registar temperaturas superiores a 32 °C por quatro dias consecutivos. A temperatura mais alta anteriormente registada no aeroporto foi de 35.6 °C em 2000, mas nesta última semana os termómetros atingiram 36 °C.
No último dia 17 de setembro, uma onda de calor sufocante na Austrália afetou os corredores da Maratona de Sydney, e 26 pessoas foram hospitalizadas e cerca de 40 foram tratadas pelo serviço móvel de urgência devido à exaustão causada pelo calor.
Grandes partes do sudeste da Austrália, incluindo Sydney, estão a passar por uma onda de calor na primavera, disse o Departamento Meteorológico Nacional. A crescente onda de calor tem vindo a acumular-se no interior do país, principalmente nos estados da Austrália do Sul, Victoria e Nova Gales do Sul.
A Austrália está a preparar-se para uma primavera e verão mais quentes no hemisfério sul, após o fortalecimento do El Niño.
O vilão da história: o El Niño!
De acordo com o Departamento Meteorológico Nacional, o El Niño pode provocar eventos climáticos extremos desde incêndios florestais a ciclones e secas na Austrália, com as autoridades já a alertarem para o aumento dos riscos de incêndios florestais neste verão.
As temperaturas da superfície do mar no Pacífico Central e Oriental continuam a exceder os limiares do El Niño e os modelos indicam que é provável um maior aquecimento do Pacífico central para o leste.
Os modelos climáticos indicam que este El Niño deverá persistir pelo menos até ao fim de fevereiro. O El Niño normalmente conduz à redução das chuvas na primavera e no início do verão no leste da Austrália e a dias mais quentes para os dois terços do sul do país.
Em julho, a Organização Meteorológica Mundial da ONU declarou que o El Niño já estava em curso e disse que havia 90% de probabilidade de que continuasse durante o segundo semestre de 2023.
Além de provocar secas severas à Austrália, o El Niño pode provocar redução de chuvas na Indonésia e outras partes do sul da Ásia, com o aumento das chuvas em partes do sul da América do Sul, no sul dos Estados Unidos, no Corno de África e na Ásia Central.