O uso de drones na meteorologia está a tornar-se cada vez mais possível
Os drones já começaram a ser utilizados como ferramentas para a obtenção de dados meteorológicos. No Reino Unido estão a ser usados para compreender melhor a turbulência atmosférica e o desenvolvimento de tempestades.
O uso de drones em meteorologia está a revolucionar a forma como os meteorologistas recolhem dados e medem os sistemas meteorológicos. O seu uso abriu portas para outro mundo de possibilidades na recolha de informações. O Met Office do Reino Unido foi um dos primeiros a explorar esta opção.
Com a capacidade de voar através da atmosfera e recolher dados até à estratosfera, os drones estão a fornecer aos meteorologistas uma maneira económica, eficiente e precisa de recolher dados que podem ser usados para vários fins de previsão e análise meteorológica.
As vantagens do uso de drones em meteorologia são inúmeras, como aponta o TS2. Como ponto de partida, os drones são capazes de voar pela atmosfera e recolher dados de áreas que antes eram difíceis ou impossíveis de alcançar. Estes dados podem ser usados para estudar a atmosfera, medir a velocidade e direção do vento e detetar propriedades das nuvens.
Os drones também podem ser usados para monitorizar a estrutura de furacões, rastrear sistemas de tempestades e medir a qualidade do ar. Além disso, os drones podem ser usados para recolher dados em tempo real de áreas remotas, que podem ser utilizados para alertar sobre possíveis desastres ou perigos.
Mas nem tudo são pontos a favor, já que o uso de drones tem as suas limitações. Por exemplo, não podem voar em determinadas condições meteorológicas, como ventos fortes, chuva ou neve. Também não podem voar em determinadas áreas, como espaço aéreo restrito ou sobre áreas densamente povoadas. Além disso, os dados recolhidos pelos drones são muitas vezes limitados e podem não ser tão precisos como os obtidos pelos métodos tradicionais. Por último, os drones requerem manutenção e podem ser caros para operar.
Medições onde outras ferramentas não conseguem chegar
A verdade é que um pequeno drone meteorológico realizou a sua primeira missão de medição de processos atmosféricos no sul de Inglaterra, no âmbito de uma campanha de medição meteorológica no verão. O vídeo foi gravado a bordo de um MetSprite, um sistema aéreo não tripulado a conduzir o seu primeiro perfil meteorológico, além da linha de visão através da camada limite. O drone, parte do projeto Menapia, é totalmente automatizado, resistente a condições meteorológicas adversas e equipado com sensores meteorológicos integrados.
Até ao momento, foi capaz de fazer observações 3D de pressão, temperatura, humidade e turbulência do vento com precisão e resolução sem precedentes até 2 km acima do solo, conforme observado pela Meteorological Technology International. Uma equipa de investigadores liderada pelo Centro Nacional de Ciencias Atmosféricas (NCAS), pela Universidade de Leeds e pelo Met Office está a realizar a campanha de observação para melhorar as previsões de eventos climáticos extremos, como tempestades.
A campanha, que combina os projetos científicos denominados Wessex Convection Experiment (WesCon) e WOEST (WesCon – Observing the Evolving Structures of Turbulence), tem como foco observar processos turbulentos na atmosfera e melhorar a capacidade dos meteorologistas de fazer previsões de alta resolução. As novas observações, recolhidas tanto por voos de drones como por radares e aeronaves de investigação, irão melhorar as previsões meteorológicas de tempestades, incluindo quando é provável que comecem e quanta chuva irá cair.
Drones vão ser uma ferramenta padrão em meteorologia
Apesar destes desafios, os drones estão a mostrar-se uma ferramenta inestimável para os meteorologistas, proporcionando-lhes uma forma eficiente e económica de recolher dados. À medida que a tecnologia dos drones continua a melhorar e a tornar-se mais acessível, provavelmente irão tornar-se uma ferramenta padrão em meteorologia. Os veículos aéreos não tripulados (UAVs) estão a revolucionar a forma como medimos e monitorizamos o tempo.
Os UAVs estão a ser usados para complementar os sistemas tradicionais de monitorização meteorológica terrestre e estão a provar ser uma ferramenta poderosa para meteorologistas. São capazes de voar por mais tempo e em altitudes mais elevadas do que as aeronaves tradicionais, permitindo-lhes recolher dados de várias camadas atmosféricas. Estes dados são utilizados para medir uma série de parâmetros meteorológicos, como temperatura, humidade, velocidade do vento e pressão atmosférica.
Dr. Ben Pickering, operador de drones e Chefe de Meteorologia de Menapia, declarou: "Estamos a entrar num novo território ao fazermos medições além da linha de visão a 2 km, e pretendemos atingir altitudes ainda maiores conforme a nossa confiança e permissões do espaço aéreo nos permitirem. Os dados recolhidos por estas plataformas podem revolucionar a forma como entendemos e prevemos tempestades no Reino Unido. A longo prazo, imaginamos modelos de previsão do tempo que incorporam todos os dias observações rotineiras e automatizadas com drones".