O maior Sol do ano
A energia que movimenta os corpos do sistema solar influi no mecanismo climático da Terra, no curto e longo prazo. A atração exercida pelo Sol na Terra interfere no ritmo da sua viagem, assim como na quantidade de energia recebida. Saiba aqui o que acontece amanhã!
Semestral e alternadamente, a excêntrica distância que separa a Terra do Sol varia cerca de 5 milhões de quilómetros, entre os 147.5 e os 152.6 milhões de quilómetros, a uma velocidade cuja inconstância flutua cerca de 3.600 km/h. Esta particularidade, a variação da velocidade de um planeta ao longo da trajetória em torno de uma estrela, neste caso o Sol, relaciona-se com os fenómenos de aproximação entre os dois corpos celestes.
Assim, no Periélio, que ocorre precisamente às 07h48 de 5 de Janeiro, ou seja amanhã, no período de maior proximidade ao Sol, o planeta movimenta-se a 109.044 km/s, um pouquinho mais acelerado do que quando estiver mais distante, no começo de Julho em que no Afélio, a Terra transitará no sistema solar a uns módicos 105.444 km/s.
O trajeto que a Terra percorre em torno do Sol no seu movimento de translação, figura uma pequena excentricidade (0,0167), uma variação no distanciamento que ao longo do ano influi no fluxo de radiação solar que atinge o topo da atmosfera terrestre.
É uma viagem que apesar de influenciar o clima do planeta, não é preponderante para as mudanças das estações do ano, mas a sua conjunção com a particularidade da inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano orbital, personificam uma dinâmica que se reflete em padrões climáticos nas diferentes latitudes de cada hemisfério.
Em escalas temporais de maior grandeza, o fator precessão infere também no clima do planeta, no comportamento das estações do ano. Isso ocorre porque a Terra não é uma esfera perfeita, é ligeiramente achatada nos polos, característica essa que associada ao efeito gravitacional da Lua e do Sol, alimenta um lento movimento cónico que ocorre no eixo de rotação da Terra e que é perpendicular ao plano elíptico, num ângulo de 23.5⁰, a precessão, sendo comparativamente associada ao movimento do girar de um peão, com o eixo de rotação inclinado em relação à vertical.
Daí que um dos hemisférios esteja mais voltado para o Sol, sendo mais abrangido espacialmente pela luz solar durante o verão. Por oposição, o hemisfério que se encontrar mais escondido do Sol, vivencia um período mais frio ao receber menos luz solar, ou seja a atual posição do Hemisfério Norte, isto apesar de o planeta se encontrar mais próximo do Sol, a variação climática difere nos dois hemisférios.
O efeito da Atmosfera nos fenómenos astronómicos
A atmosfera tem um papel determinante nos efeitos do Sol sobre a Terra, uma vez que é diáfana à radiação solar, refraccionando-a, o que induz a que pareça que o Sol nasce mais cedo e põe-se mais tarde, fenómenos que não ocorreriam se não existisse a camada gasosa a envolver o planeta. A atmosfera difunde cerca de 10% da radiação solar que recebe, para além dos efeitos do ozono, com a absorção de fotões de alta energia, do vapor de água, do CO₂ com a absorção da radiação infravermelha, e das nuvens. Uma conjugação de fatores que criam a exata circunstância para que, a partir de 18⁰ abaixo do horizonte, antes do Sol nascer, haja a Aurora, e após o Sol se pôr, aconteça o Crepúsculo.
Embora o planeta se encontre próximo do Periélio, isso não impede que no Hemisfério Norte estejamos no Inverno, a época mais fria do ano. É a atmosfera, conjuntamente com a água, os grandes reservatórios de energia, que justificam o facto dos dias mais quentes não corresponderem ao Solstício de Verão, que ocorre pouco antes do Afélio, precisamente quando o planeta se encontra mais distante do Sol.
Apesar de os dias serem mais longos, com maior luminosidade, a sensação térmica do calor característico do verão, ocorre nos meses de Julho ou Agosto, uma vez que a absorção de energia não é imediata, tal como acontece com a água de uma piscina que fica mais quente ao fim da tarde. Analogamente, o dia mais frio não acontece no Solstício de Inverno, mas uns dias ou mês mais tarde.
Em média, as temperaturas do planeta são mais altas quando ele se encontra mais longe do Sol, estando isso relacionado também com a distribuição não uniforme das massas continentais e dos oceanos. As massas de água têm maior capacidade de absorver a energia radiante, e, como durante o Afélio o planeta se move mais lentamente do que no Periélio, o verão do Hemisfério Norte é mais longo do que o do Hemisfério Sul, o que possibilita que as massas continentais sejam por mais tempo aquecidas pelo Sol.
O clima do planeta é uma dinâmica mecanizada por um conjunto de fatores externos e internos que acontecem na Terra e na camada de gases que a envolve, sendo a interrelação de todos de grande volubilidade, o que torna o clima do planeta tão vulnerável.