O que se passa em Braga e Lisboa? Saiba os locais em Portugal onde mais se reclama e porquê

Seja sobre o trânsito, as rendas ou os políticos, reclamar faz parte. Mas onde se reclama mais em Portugal?

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Os motivos são vários. Foto: Unsplash

Se há algo que une os portugueses, além do amor por um bom pastel de nata e pelo fado, é o ato de reclamar. Seja sobre o trânsito, o preço das rendas ou aquela fila interminável no supermercado, todos já soltaram pelo menos um desabafo no dia a dia. Mas sabia que há locais onde se reclama mais do que outros?

Um estudo recente da Preply, uma plataforma online de aprendizagem de idiomas, veio esclarecer essa questão.

As capitais da reclamação: Almada, Queluz e Vila Nova de Gaia

Segundo o levantamento, as cidades portuguesas onde mais se manifesta desagrado são Almada, Queluz e Vila Nova de Gaia.

Parece que, nestes locais, os habitantes são verdadeiros especialistas na arte da reclamação, transformando cada situação numa oportunidade de expressar a sua indignação. Sintra e Braga aparecem logo a seguir na lista. Mas qual será o motivo para esta tendência?

Há quem diga que é uma questão cultural, outros acreditam que está relacionado com a qualidade de vida ou até mesmo com o ritmo acelerado do dia a dia.

Se por um lado temos estas cidades que lideram o ranking dos "reclamadores", também há zonas onde o nível de lamúria é consideravelmente mais baixo. No fim da tabela, encontramos Barreiro, Agualva-Cacém e Coimbra, onde parece que os habitantes preferem levar a vida com mais calma e resignação (ou, quem sabe, apenas guardam as queixas para si).

Mas afinal, do que se queixam os portugueses?

Não é preciso um estudo para adivinhar que o custo de vida é o maior motivo de reclamação em Portugal. Com os preços das casas e das rendas a disparar, não há paciência que resista.

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Apostamos que já reclamou sobre um destes temas. Foto: Pexels

No entanto, outras questões também tiram os portugueses do sério. O transporte público, por exemplo, gera 32,5% das reclamações, seja pela demora dos autocarros ou pelos comboios lotados.

Já as condições das estradas não ficam atrás, com 30,4% dos portugueses a queixarem-se dos buracos, da falta de estacionamento e do trânsito intenso. A saúde pública é outro tema sensível, com 32,5% das reclamações a referirem-se às longas esperas por consultas e à falta de médicos de família. O preço e a oferta de habitação, com 34,1%, também preocupam a população, especialmente os jovens que tentam encontrar um lugar para viver.

E quando o problema são... as pessoas?

Ainda assim, nem sempre é um serviço ou uma situação que nos leva a reclamar. Aliás, de acordo com o estudo, mais de 60% dos portugueses admitem que os políticos estão no topo da lista de motivos de frustração.

Mas não são os únicos a levar com as reclamações: familiares irritantes e até parceiros românticos também figuram entre os principais alvos dos desabafos diários.

Curiosamente, há quem diga que reclamar em excesso pode afetar relações pessoais. O estudo revelou que muitas pessoas admitem ter cortado amizades por considerarem que o outro só sabia queixar-se. Fica a dica: é bom desabafar, mas com moderação.

Reclamar é um direito, mas até onde vai o limite?

Seja para lutar por direitos ou apenas para aliviar o stress, reclamar é uma parte natural da vida. Mas este estudo mostra que algumas cidades têm um talento especial para transformar qualquer situação numa boa razão para protestar.

A chave está no equilíbrio: vale a pena reclamar quando algo realmente importa, mas talvez seja uma boa ideia não deixar que as pequenas irritações do dia a dia dominem o nosso humor.