O pão é fonte de fibra e hidratos de carbono. O setor da panificação e pastelaria fatura mais de 1000 milhões de euros

O setor da panificação e pastelaria industriais em Portugal cresceu 12,8% em 2023. As cerca de 6000 empresas registadas faturaram 1060 milhões de euros. E as exportações também estão em alta, tendo atingido os 358 milhões de euros, mais 14% face a 2022. Espanha é o principal mercado.

Pão e pastelaria
Do ponto de vista alimentar e nutricional, o pão possui uma capacidade única de fornecer energia de elevada qualidade, é facilmente digerível, de boa conservação e com enorme versatilidade gastronómica.

"Não existe nada igual ao sabor do pão partilhado”, escreveu o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), em "O Pequeno Príncipe", referindo-se àquele que é um dos alimentos mais antigos e consumidos em todo o mundo e que constitui uma das heranças deixadas pelos romanos.

O pão fabrica-se manual ou mecanicamente a partir da amassadura, fermentação e cozedura de farinhas de trigo, centeio, triticale ou milho com água potável e fermento ou levedura, sendo ainda possível a utilização de sal e de outros ingredientes. Do ponto de vista alimentar e nutricional, possui uma capacidade única de fornecer energia de elevada qualidade, é facilmente digerível, de boa conservação e com enorme versatilidade gastronómica.

O Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável da Direção Geral da Saúde refere-se ao pão como fonte de hidratos de carbono e fibras, importantes na regulação do trânsito intestinal e na diminuição na absorção colesterol, também contendo vitaminas do complexo B e minerais (fósforo, magnésio, manganésio, selénio e potássio), que são essenciais ao organismo humano.

As variedades de pão integrais e de mistura são as mais recomendadas para a saúde, por serem mais ricas em fibras, vitaminas e minerais que o pão branco, que utiliza farinha refinada na sua composição.

Em Portugal estão registadas cerca de 6000 empresas do setor da panificação e pastelaria, a esmagadora maioria das quais de reduzida dimensão, de acordo com a consultora Informa D&B, especialista no conhecimento do tecido empresarial. Mais de 85% dos operadores têm menos de 10 empregados e apenas oito empresas empregam mais de 250 pessoas.

Nos últimos anos “a quota de mercado das maiores empresas do setor tem crescido significativamente, num contexto competitivo difícil para as companhias de menor dimensão”, refere a consultora, que divulgou um estudo na última semana com os últimos dados económicos deste setor de atividade.

Importações de pão sobem 25,9%

Os números agora conhecidos mostram que a faturação do setor da panificação e pastelaria industriais em Portugal cresceu 12,8% em 2023, atingindo os 1060 milhões de euros. Por sua vez, as exportações totais deste segmento da atividade económica chegaram aos 358 milhões, o que significa um crescimento de 14% face a 2022, ano em que tinham totalizado 314 milhões de euros. Espanha é o principal destino das vendas para o exterior, com uma quota de 40% do total.

Por sua vez, “o valor das importações situou-se nos 647 milhões de euros no ano passado, mais 25,9%” do que em 2022, o que revela um agravamento do défice da balança comercial neste setor. A Informa D&B revela ainda que Espanha também é o principal país de origem das importações, com “cerca do 67% do total”.

A atividade deste setor tem estado a crescer acima da média das restantes atividades económicas. No final de 2022, o setor de panificação e pastelaria industriais tinha em operação cerca de seis mil empresas, que respondem por “mais de 22 mil empregos” diretos no país.

Fabrico de pão
Em Portugal estão registadas cerca de 6000 empresas do setor da panificação e pastelaria, a esmagadora maioria das quais de reduzida dimensão, de acordo com a consultora Informa D&B. Mais de 85% têm menos de 10 empregados.

Predominam no setor empresas privadas de capital nacional, mas com alguns concorrentes de maior dimensão e que pertencem a grupos estrangeiros, como é o caso da Baker & Baker, sediada em Santo Tirso, ou a Europastry, baseada na Trofa.

A maior parte das empresas são de reduzida dimensão. Mais de 85% dos operadores têm menos de 10 empregados e apenas oito empregam mais de 250 pessoas. Entre as unidades industriais de maior dimensão estão a Europastry, a Baker & Baker, a Panidor ou a Ferneto.

As regiões Norte e Centro concentram o maior número de empresas de panificação. Já as empresas de pastelaria localizam-se principalmente nas zonas Norte, Centro e Lisboa.

As duas grandes associações representativas destes setores são a AIPAN - Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte e a ACIP - Associação do Centro dos Industriais de Panificação.

Vendas de 850 milhões de euros em 2022

Os dados divulgados na última semana pela Informa D&B dão conta que, nos últimos anos, “a quota de mercado das maiores empresas do setor tem crescido significativamente, num contexto competitivo difícil para as companhias de menor dimensão”.

Apesar disso, os dados mostram um crescimento sustentado ao longo dos últimos anos. Em 2022, as vendas já tinham atingido os 850 milhões de euros, mais 14,9% face a 2021, um ano de acentuada crise económica devido à pandemia de Covid-2019 e em que também se deu um aumento dos preços dos produtos de panificação e pastelaria junto do consumidor.

No comércio internacional, as exportações deste setor em 2022 aumentaram para os 310 milhões de euros, mais 13% do que no ano anterior, em que tinham totalizado 275 milhões. A Espanha foi, a exemplo do que sucedeu em 2023, o principal mercado de destino das vendas para o exterior, com uma quota superior a 35%.