O furacão Beryl surpreendeu até os especialistas com décadas de experiência: invulgar é um eufemismo!
O primeiro furacão do atlântico da época é invulgar em muitos aspetos, surpreendendo mesmo os especialistas com décadas de experiência neste domínio! Nunca houve um furacão tão poderoso tão cedo no ano, e o drama que o acompanha não tem precedentes!
Várias ilhas das Caraíbas foram atingidas pelo furacão Beryl, entre as quais Barbados, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Granada e Tobago, com rajadas de mais de 150 km/h e tempestades extremas.
A escala Saffir-Simpson é utilizada para classificar os furacões. Foi introduzida em 1969 pelos meteorologistas Herbert Saffir e Bob Simpson do Centro Nacional de Furacões dos EUA.
"O Beryl é o primeiro furacão de categoria 4 a formar-se na bacia atlântica em junho. Ultrapassou o furacão Dennis, que também foi classificado como categoria 4 em 8 de julho de 2005.
Atlântico extremamente quente
As temperaturas anormalmente elevadas da água no Atlântico fizeram com que o ciclone tropical se fortalecesse em tempo recorde, mesmo antes de chegar às quentes Caraíbas. Este facto surpreende mesmo os especialistas com décadas de experiência neste domínio.
Brian McNoldy, da Universidade de Miami, afirmou: "O Beryl é já um furacão histórico e ainda nem sequer chegou a terra. Dizer que isto é invulgar é um eufemismo!" Michael Lowry, no X (antigo Twitter), salientou que as temperaturas do mar ao longo do trajeto do furacão seriam tão elevadas como as que se verificam normalmente no final de agosto ou no início de setembro.
As temperaturas extremamente elevadas à superfície do mar são um fator importante para explicar a elevada intensidade do furacão, que dispõe de uma enorme energia térmica. O facto de temperaturas oceânicas mais quentes conduzirem a furacões mais potentes é fácil de compreender a nível físico e decorre do ciclo de Carnot.
No entanto, o ciclone Beryl é notável também noutros aspetos, porque uma grande entrada de energia do oceano quente não é suficiente, por si só, para formar e intensificar um ciclone tropical. De facto, foi também necessário um baixo cisalhamento do vento, o que permitiu que as tempestades se organizassem bem e formassem uma depressão tropical que, em poucas horas, se tornou uma tempestade tropical.
Consequências das alterações climáticas
Estatisticamente, o pico da época dos furacões ocorre entre meados de agosto e o final de setembro. Isto deve-se ao facto de a temperatura média da água ser mais elevada.
O facto de se registarem temperaturas superficiais tão elevadas tão cedo no ano é uma consequência da rápida evolução das alterações climáticas. É mais um sinal de alerta que também apanhou os especialistas de surpresa. Este furacão já não pode ser explicado por um simples fenómeno meteorológico excecional, mas ilustra de forma dramática os efeitos da crise climática.