O ar torna a saúde mais dispendiosa?
Somos seres vivos. Respiramos desde que nascemos até que morremos. É uma necessidade vital e contínua, e quando o ar é de má qualidade, somos afectados com prejuízos para a nossa saúde e com inerentes repercussões económicas.
Na atmosfera o ar circula, com diferentes densidades e composição química, de acordo com a altitude a que se encontra. Ao nível do solo (até cerca de: 7km acima dos pólos e 17km no equador), na troposfera, é onde ocorrem os padrões meteorológicos, onde o ar circula constantemente sob oceanos e continentes, onde circulam correntes (ventos) que inclusivé transportam microrganismos como bactérias, vírus e sementes ao redor do planeta.
Ora, na troposfera, a composição do ar está em constante mudança, sendo que algumas das substâncias aí presentes são altamente reactivas, com maior propensão para interagir com outras e formar novas substâncias, sendo que o calor, a energia do Sol, funciona como catalisador, facilitando ou desencadeando reações químicas.
É o que acontece quando se formam gases poluentes nocivos para a saúde humana e para o ambiente, dos quais se destacam:
- monóxido de carbono – produzido pelo tráfego e pela industria, afecta a capacidade de transporte de oxigénio através do sangue, e em concentrações extremas pode provocar a morte por envenenamento;
- dióxido de azoto – produzido pelo tráfego e pela industria (queima de combustíveis), é um poluente acidificante que contribui para a formação de chuvas ácidas (com danos nas florestas e corrosão do edificado urbano)
- dióxido de enxofre – produzido pela industria (química, refinarias, pasta de papel), é associado à bronquite crónica ou asma e contribui para a acidificação dos meios naturais e corrosão de materiais metálicos;
- Ozono – ao nível do solo, resulta de reacções químicas entre óxidos de azoto e os compostos orgânicos voláteis na presença de luz solar e de temperaturas elevadas, sendo o principal constituinte do smog fotoquímico, estando associado à destruição das produções agrícolas e das árvores, sendo que, no Homem, a oxidação do ozono troposférico provoca irritações do tracto respiratório, dificuldades respiratórias e inflamações brônquicas;
- as Partículas – provêm do tráfego, das industrias, de obras de construção civil, de actividades agrícolas, sendo que o seu nível de risco depende do tamanho e da sua toxicidade, podendo afectar gravemente grupos vulneráveis com patologias do foro pulmonar, cardiovascular ou cutâneo, assim como, afectam o coberto vegetal e reduzem a visibilidade.
É evidente a acção nociva de alguns componentes atmosféricos
Pois interferem no equilíbrio do ambiente, com a acidificação dos solos e águas que reduzem as colheitas, para além do negro do fumo (presente nas partículas) contribuir para as alterações climáticas, ao absorver o calor do Sol, aquecendo a atmosfera. Assim como, dependendo do tempo de exposição, do volume de concentração e da vulnerabilidade individual (idade, sexo, condição de saúde), provocam nefastas consequências ao ser humano.
Perante este cenário, têm vindo a ser desenvolvidos modelos económicos que consideram (p.e.) a perda de produtividade e despesas adicionais com a saúde, consequências da poluição atmosférica, assim como, com os custos decorrentes da diminuição da produção agrícola e da danificação de certos equipamentos.
Seria efectivamente mais relevante, dar ênfase a estudos que preconizem os (eventuais) ganhos que serão obtidos com a melhoria da qualidade do ar, nomeadamente, em termos de esperança de vida, com qualidade, e o que isso permitiria economizar!