Novo ano brindado com a chuva de meteoros Quadrântidas
Prepare os binóculos pois este início de 2022 traz motivos para observar o céu noturno, com uma “chuva de estrelas” das Quadrântidas, tida como uma das melhores no hemisfério norte, com a duração de visibilidade do fenómeno a estender-se até ao dia 12 de janeiro.
Este novo ano de 2022 presenteia todos os entusiastas da astronomia com a “chuva de estrelas” das Quadrântidas, tida como uma das melhores no hemisfério norte durante o mês de janeiro.
Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), o nome Quadrântidas resulta da constelação obsoleta “Quadrans Muralis” (Quadrante Mural, assim designado em honra do Quarto de Círculo de T. Brahe), hoje parte da constelação do Boieiro.
O radiante da chuva é próximo da Ursa Maior, entre as constelações do Dragão e do Boieiro, numa zona onde no passado se encontrava uma constelação já extinta: a Quadrante Mural, criada em 1795 pelo astrónomo Jérôme Lalande e posteriormente abandonada pela Associação Internacional de Astronomia.
As Quadrântidas são umas das melhores chuvas de meteoros no hemisfério norte (atividade máxima de 120 meteoros na THZ (Taxa Horária Zenital)), mas são pouco conhecidas em razão da sua atividade ser muito curta, contudo, este ano, a duração de visibilidade estende-se até 12 de janeiro.
Se as condições de observação não forem as mais ideais no local onde se encontra, poderá observar o fenómeno através de uma transmissão ao vivo através do canal de YouTube Virtual Telescope Project.
No entanto, há também a possibilidade de explorar uma visão tridimensional do fenómeno através do website Meteor Showers, que tem por base dados abertos fornecidos pela NASA, captados por satélites, telescópios e outras missões a decorrer.
Origem do fenómeno
Esta chuva de meteoros é popularmente apelidado de estrela cadente, pois apresenta o aspeto de uma estrela brilhante distante a passar no céu noturno. No entanto, uma estrela cadente não é uma estrela e não está muito longe. Na Antiguidade, as pessoas pensavam que meteoros faziam parte do clima, como relâmpagos ou neblina espessa.
Mas agora, sabemos que as estrelas cadentes são, na verdade, objetos do espaço sideral. Fragmentos de rocha de vários tamanhos que flutuam no Espaço. Algumas dessas rochas, chamadas meteoróides, são atraídas para o solo e para a atmosfera.
A atração deve-se sobretudo à ação da gravidade da Terra. Estas rochas (principalmente do tamanho de grãos de areia) chegam perto do solo a velocidades de até 80 quilómetros por segundo, e a fricção do ar aquece-as até brilharem como estrelas.
Quando se vê uma estrela cadente, na verdade estamos a ver um meteoro a queimar na atmosfera. Esta estrela cadente é vista muito rapidamente, uma vez que não dura mais do que um ou dois segundos antes de desaparecer completamente.