No FLY8MA Pilot Lodge pode dormir nas nuvens (literalmente)

Há quem se contente com o óbvio — o quarto de hotel genérico, a paisagem previsível ou o roteiro que já vem com “checked-in” automático nas redes sociais. Mas para muitos, o clássico já não basta. Procuram-se experiências que quebrem a monotonia e que transformem viagens em histórias que ficam para sempre.

Dormir num comboio transformado em hotel de luxo no meio da África do Sul? Mergulhar num hotel submerso rodeado por peixes tropicais? Ou que tal passar a noite num farol, embalado pelo som das ondas? A aventura deixou de ser apenas sobre o destino — é também sobre como lá ficamos.

Estes alojamentos extraordinários refletem um desejo crescente de viver algo único, algo que nos desligue da rotina e nos faça olhar o mundo com um brilho nos olhos. Afinal, viajar não é só mudar de lugar, é mudar de perspetiva.

E, dentro das já imensas possibilidades que existem, há uma que o deixará fascinado. Pelo menos, para quem é fã do mundo da aviação.

Os aviões transformados em alojamentos de luxo

Adorava passar a noite num avião, mas sem os apertos de uma cabine comercial? O FLY8MA Pilot Lodge, no Alasca, pode ser o destino ideal para si. Aqui, a criatividade e a aviação unem-se para criar um alojamento tão único que o fará querer reservar um bilhete só de ida para esta experiência.

Esqueça os corredores apertados, as muitas dezenas de pessoas e as cadeiras em posição sentada, que nem dão para reclinar. No meio da deslumbrante paisagem do Alasca, rodeado por montanhas, florestas e lagos, este lodge oferece muito mais do que uma simples e cansativa ‘viagem de avião’.

“No FLY8MA Pilot Lodge, pode optar por um passeio de voo panorâmico com vistas para os glaciares, assumir o controlo de uma aula de voo ou aventurar-se e obter o seu treino de piloto”, escreve a ‘CNN’. “Quando a noite cai, pode subir os degraus para duas experiências de acomodação únicas: um avião McDonnell Douglas DC-6 convertido e o mais novo, um McDonnell Douglas DC-9 – ainda com a sua pintura da DHL.”

Depois de se apaixonar pela região, Jon Kotwicki, natural da Flórida, decidiu que este seria o local perfeito para realizar um projeto com que há muito sonhava. “Aqui poderíamos comprar muitas propriedades e talvez desenvolver o nosso próprio aeroporto, fazer o nosso próprio espetáculo”, explicou o piloto de 33 anos e proprietário de uma escola de aviação à ‘CNN’.

O que começou pela construção de uma pista na propriedade de 40 hectares, passou para a criação de cabines onde os estudantes e turistas pudessem ficar hospedados. “Decidimos dar mais um passo em frente. Pareceu-nos incrível pegar num avião velho e transformá-lo numa casa. Queríamos fazer algo bonito, pondo um jacuzzi na asa e um grelhador. Depois quisemos ter mais dois aviões.”

A primeira transformação foi um DC-6 dos anos 50, que transportava carga e combustível para aldeias remotas na periferia do Alasca. Hoje, é uma aconchegante "casa" com dois quartos, uma casa de banho e lareira, que pode alugar a partir de 442€ por noite, através da plataforma Airbnb.

Não menos impressionante é o DC-9, que recebeu uma remodelação ainda mais ambiciosa: três quartos, duas casas de banho, jacuzzi, sauna e espaço para até sete hóspedes, disponível por cerca de 768€ por noite.

E o sonho não parou por aqui. Não satisfeito com o que já tinha, o fundador do lodge, Jon Kotwicki, já está a transformar um Boeing 727. “O objetivo é transformá-lo num espaço para convívio entre os hóspedes, com uma grande cozinha e uma grande mesa de jantar”, lê-se na revista ‘NiT’.

“As pessoas vão poder fazer refeições juntas. Vamos ter um jacuzzi numa das asas e sofás. Na parte de trás, estou muito entusiasmado, porque vamos ter um terraço”, explicou Jon à ‘CNN’.

Um parque de diversões para adultos e crianças

O projeto não fica por aqui. Além dos aviões, o lodge continua a expandir-se com atrações como uma torre de controlo de 18 metros, equipada com uma cúpula de vidro para observar a aurora boreal.

Quem ficar hospedado na propriedade vai poder ainda visitar os aviões antigos em exposição e percorrer os trilhos de esqui que ali foram criados. Com o tempo, diz o empreendedor, estão “a criar uma espécie de um pequeno parque de diversões no aeroporto”.

E nem precisa de se preocupar com o frio. Embora as temperaturas rigorosas do Alasca sejam um desafio — no verão, as temperaturas médias variam entre os quatro e os 15 graus, e no inverno, podem descer abaixo dos 18 ou 35 negativos —, Jon e a sua equipa superaram os obstáculos com isolamento de alta qualidade e um toque de determinação. “É difícil, mas torna este lugar verdadeiramente especial”, diz.