Nevoeiro em Portugal: este é um dos fenómenos meteorológicos mais comuns no verão e aparece muito nesta zona do país
Nevoeiro é o fenómeno meteorológico que consiste na condensação de vapor de água no ar à superfície, em condições de estabilidade, nas camadas mais baixas da atmosfera. Porque é que é tão frequente no verão em Portugal continental?
O nevoeiro é um fenómeno meteorológico que corresponde à ocorrência de condensação de vapor de água no ar à superfície, em condições de estabilidade, nas camadas mais baixas da atmosfera. Porque é que é tão frequente no verão em Portugal continental e em que zonas/regiões é mais comum?
O que é nevoeiro?
O nevoeiro ocorre quando o ar satura por efeito de arrefecimento, ou radiativo (por ausência de radiação solar direta), ou advectivo (quando a temperatura é igual à temperatura do ponto de orvalho), ou adiabático (por expansão) ou por aumento de vapor de água. É bastante parecido com as nuvens estratiformes e, por isso, facilmente confundido com as mesmas.
O nevoeiro consiste num conjunto de minúsculas gotículas de água, com um diâmetro compreendido entre 1μm e 20μm, suspensas no ar, mas próximas da superfície. Dependendo do volume de concentração, tamanho e número de gotículas de água, acontece por norma uma redução da visibilidade horizontal.
O nevoeiro marítimo, comum em regiões costeiras como o litoral de Portugal continental
O nevoeiro marítimo é comum em regiões costeiras, como por exemplo o litoral ocidental de Portugal continental (ou faixa costeira ocidental) e desenvolve-se com bastante frequência na estação estival (verão) durante a madrugada e manhã.
Por convenção internacional, recorre-se ao termo nevoeiro quando a visibilidade horizontal no solo é inferior a 1 km; mas quando a visibilidade horizontal no solo é superior a 1 km a suspensão é denominada neblina. Para haver nevoeiro, o mesmo depende das condições meteorológicas prevalecentes no final da noite e ao início da manhã, quando a temperatura do ar e da camada superficial do solo atingem os valores mínimos.
É comum nas regiões costeiras e aparece quando o ar sobre o oceano está saturado e atinge um grau de supersaturação devido, tanto à evaporação como ao arrefecimento. Este tipo de nevoeiro pode deslocar-se para terra em áreas costeiras se o vento soprar com intensidade suficiente para o deslocar, mas não demasiado forte para dissipá-lo.
No mar, junto à costa ocidental o nevoeiro ocorre com mais frequência no verão, durante a madrugada e manhã. Este tipo de nevoeiro forma-se por arrefecimento, com o aumento de estabilidade e condensação de vapor de água da camada mais baixa da atmosfera, quando o ar marítimo se desloca lentamente de Oeste para Leste, por ação do vento fraco, e encontra a baixa temperatura da superfície oceânica junto à costa (resultante dos fenómenos de upwelling).
Este nevoeiro tende a dissipar-se durante a tarde como consequência do aquecimento da temperatura do ar e também por causa da brisa marítima, que ao ficar mais forte, provoca o desaparecimento do mesmo.
Os perigos escondidos do smog, um outro tipo de nevoeiro causado pelo ser humano
O nevoeiro, além de derivar de processos físicos (arrefecimento e aumento de humidade, ou combinação de ambos) pode ainda estar relacionado, e ser intensificado, como resultado da relação entre um fluxo que ascende, e um eventual bloqueio representado por barreiras topográficas, assim como, por efeito antropogénico.
Considere-se a acumulação de poluição urbana, decorrente da queima de combustíveis fósseis, o denominado smog. O smog - termo que deriva das palavras inglesas “smoke = fumo” + “fog = nevoeiro” tem graves consequências para a saúde dos seres humanos, animais e natureza.
Tanto quanto se sabe, o smog é capaz de provocar alterações no sistema imunológico dos seres humanos, agravando doenças respiratórias, como a asma, causando a secura de membranas protetoras, tais como o nariz e a garganta. Também gera irritação dos olhos, dor de cabeça e problemas pulmonares.