Nave espacial Juno da NASA faz uma descoberta empolgante na orla de Júpiter: que ondas são estas?
A nave espacial Juno, da NASA, que se encontra atualmente em órbita de Júpiter, fez uma descoberta empolgante. Contamos-lhe aqui qual foi!
Recentemente, os cientistas do Southwest Research Institute (SwRI) e da Universidade do Texas em San Antonio (UTSA) descobriram que Juno se depara com frequência com ondas enormes e rodopiantes na fronteira entre o vento solar, um fluxo de partículas carregadas provenientes do Sol, e o campo magnético de Júpiter.
A interação que aqui acontece é essencial pois transfere energia e matéria do vento solar para o ambiente espacial de Júpiter.
Uma dança cósmica em que a partículas carregadas do Sol rodopiam e giram com o campo magnético de Júpiter
Segundo Jake Montgomery, estudante de Doutoramento e autor principal do estudo publicado na Geophysical Research Letters e no qual foram utilizados dados de vários instrumentos da Juno, incluindo o seu magnetómetro e o Jovian Auroral Distributions Experiment (JADE), estas ondas giratórias, também conhecidas como ondas Kelvin-Helmholtz, ocorrem quando há uma diferença de velocidade significativa entre duas áreas no espaço.
Um vórtice ou movimento giratório é criado por estas ondas na fronteira que separa o campo magnético de um planeta e o vento solar. Apesar de, para o ser humano, não ser possível visualizar estas ondas a olho nu, os investigadores científicos são capazes de detetá-las ao recorrerem ao uso de instrumentos espaciais que observam o plasma e os campos magnéticos no espaço.
Estas ondas giratórias são um processo fundamental na interação entre o vento solar e Júpiter
As observações realizadas a Juno confirmam que estas ondas desempenham um papel ativo na interação entre o vento solar e Júpiter. "Estas ondas giratórias são um processo fundamental que acontece quando os ventos solares ou estelares interagem com os campos magnéticos planetários, não só no nosso Sistema Solar mas em todo o Universo", afirmou Montgomery.
Para o Dr. Robert W. Ebert, cientista do SwRI, professor na UTSA e um dos autores do estudo, o facto de Juno ter passado tanto tempo perto da magnetosfera de Júpiter permitiu aos investigadores observações detalhadas de fenómenos como aquele que foi descoberto e descrito no estudo: as ondas induzidas pela instabilidade de Kelvin-Helmholtz (KHI), ou simplesmente ondas giratórias.
“Esta interação do vento solar é crucial, uma vez que pode transportar plasma e energia para a magnetosfera de Júpiter, desencadeando atividade nesse sistema", conclui Ebert.