NASA envia missões para encontrar vida em Vénus
Vénus, o segundo planeta mais próximo do Sol, pode ter tido as condições perfeitas para acolher vida entre 2 a 3 mil milhões de anos antes do evento maciço de resurfacing, que desencadeou gases com efeito de estufa que dominaram a atmosfera e fizeram com que esta se tornasse tão densa. Saiba mais aqui!
Em 1978, a NASA alegou que a sua nave espacial Pioneer-Venus encontrou provas de que o planeta Vénus já teve oceanos rasos que comprovam considerações anteriores de que este já foi um planeta semelhante à Terra.
Desde então, os cientistas têm estado interessados em investigar a superfície deste planeta e a sua atmosfera, para saber como é que este passou de um planeta habitável para o lugar quente e infernal que é hoje.
Vénus pode ter tido vida no passado
O Goddard Institute for Space Studies da NASA partilhou, em 2019, uma série de cinco simulações que mostravam como teria sido o ambiente de Vénus com base em diferentes coberturas de água, informou o Space.com.
Os investigadores disseram, numa declaração via Europlanet Society, que as cinco simulações sugerem que Vénus manteve uma temperatura estável entre 20-50 ºC durante cerca de 3 mil milhões de anos. Isto significa que o grande evento de resurfacing pode ser responsável pela transformação do planeta.
Com uma temperatura e ambiente estáveis, é possível que Vénus tivesse sido capaz de suportar a água e permitir que a vida surgisse. Os investigadores também afirmam que se o evento de resurfacing não tivesse acontecido, Vénus seria habitável até hoje. Mas este evento aconteceu, e desencadeou uma série de eventos que provocaram a libertação de gases com efeito de estufa.
DAVINCI+ e VERITAS: procura de evidências de vida em Vénus
O jornal The Sun informou que a NASA está a enviar duas missões para invadir a atmosfera do planeta até ao final da década. Estas missões são designadas por DAVINCI+ e VERITAS, e têm a missão de recolher informações e dados sobre a atmosfera de Vénus.
O investigador principal da missão DAVINCI+, Dr. James Garvin, disse ao The Sun que a busca da habitabilidade faz parte da estrutura da agência espacial. Então, como é que cada missão se ajudará mutuamente na busca da vida em Vénus? Eis o que diz a NASA: DAVINCI+ significa "Deep Atmosphere Venus Investigation of Noble gases, Chemistry and Imaging".
O seu objetivo é medir a composição da atmosfera de Vénus para saber como esta se formou e evoluiu. Utilizará uma esfera decente para fazer medições precisas de gases nobres e outros elementos.
Além disso, enviará de volta imagens de alta resolução das características geológicas únicas em Vénus chamadas "tesserae", que podem ser comparáveis aos continentes da Terra. DAVINCI+ está prevista para 2029 e será a primeira missão liderada pelos EUA à atmosfera de Vénus desde 1978.
VERITAS é a abreviatura de Vénus Emissivity, Radio Science, InSAR, e Spectroscopy, que irá mapear a superfície do planeta para determinar a sua história geológica e compreender porque se desenvolveu de forma diferente da Terra.
VERITAS vai orbitar Vénus com um radar de abertura sintética que irá mapear as elevações da superfície, criar uma reconstrução 3D da sua topografia, e confirmar se os movimentos tectónicos das placas e o vulcanismo ainda estão ativos. Também irá mapear emissões infravermelhas para identificar tipos de rochas e determinar se os vulcões ativos no planeta libertam vapor de água para a atmosfera.