Não é na Noruega nem na Islândia. Este cenário fica em Portugal

Esta paisagem poderia ser confundida com cenários da Islândia ou Noruega, mas foi capturada nos Açores, mais precisamente na Ilha do Corvo. Pequena e remota, esta ilha oferece uma beleza natural deslumbrante e uma tranquilidade incomparável.

Ilha do Corvo
Uma foto de drone da ilha do Corvo mostrando a Vila do Corvo, o aeródromo e a pista de aterragem. Foto: Paralelo 39

Quem olha para esta imagem podia facilmente associá-la a uma paisagem norueguesa ou islandesa, mas fica a saber que não precisa de ir tão longe para conhecê-la. Sim, seria de esperar que fosse preciso fazer uma grande viagem para chegar a um destino tão espetacular… mas, e se lhe disséssemos que esta foto foi tirada nos Açores?

É verdade. Alguns dos lugares que parecem saídos de um mundo de fantasia ficam em Portugal — e a ilha do Corvo é um deles.

Pequena em tamanho, mas grande em beleza

A Ilha do Corvo é o tipo de lugar que parece ter saído de uma história de fantasia ou de um daqueles filmes no qual o protagonista foge para uma ilha paradisíaca para encontrar a paz interior. Localizada nos Açores, na menor e mais remota ilha do arquipélago, o Corvo tem apenas 17 km², o que a torna uma verdadeira pérola escondida no meio do Atlântico.

Imagine um lugar onde o trânsito não é um problema, e a maior aglomeração de pessoas acontece quando duas vacas se cruzam na estrada!

“Durante muito tempo dizia-se, por piada, que uma das piores coisas que podia acontecer na ilha do Corvo era que o único multibanco existente apresentasse a mensagem ‘dirija-se ao multibanco mais próximo’”, lê-se no ‘Ekonomista’.

Piadas à parte, com cerca de 400 habitantes, a ilha é um verdadeiro exemplo de vida tranquila. Aqui todos se conhecem. No centro da Vila do Corvo, a única vila da ilha, entre as casinhas brancas de telhado vermelho e as ruas estreitas que convidam para uma caminhada sem pressa, as conversas são cheias de calor humano, e a hospitalidade é parte da cultura local. Uma coisa é certa: prepare-se para sair de lá com novos amigos.

E quanto ao isolamento da mais pequena ilha do arquipélago dos Açores? É já uma realidade há muito tempo interiorizada. “Nada que as ligações aéreas ou marítimas não resolvam.”

Ilha do Corvo
Um destino tranquilo. Foto: Iberian Escapes

Descoberta há mais de 500 anos, a Ilha do Corvo foi palco de importantes batalhas ao longo dos séculos e um alvo de piratas e corsários, que a utilizavam como local de repouso e para reabastecimento de mantimentos”, nota a ‘Versa’.

Mas não se deixe enganar: apesar do seu tamanho modesto, o Corvo é um lugar cheio de natureza exuberante e paisagens de tirar o fôlego. O cartão-postal da ilha, aliás, é a Cratera do Caldeirão, uma antiga cratera vulcânica gigantesca, que hoje abriga um lago rodeado por pequenas ilhotas, conhecidas como "os pequenos Açores".

É o lugar perfeito para sentar-se e sentir-se pequeno diante da imensidão da natureza.

“A Caldeira do Corvo, também conhecida como Caldeirão, integra o Parque Natural da Ilha do Corvo e é uma das principais atrações naturais da ilha. A formação do Vulcão do Caldeirão, conhecido como Monte Gordo, ter-se-á dado há cerca de 1 a 1,5 milhões de anos, dando origem a uma lagoa com 300 metros de profundidade e que ocupa um perímetro de 3,7 km”, escreve a ‘Versa’.

Um espetáculo da natureza

Imagine uma gigantesca cratera vulcânica, um verdadeiro anfiteatro natural esculpido pela erupção de um vulcão há milhares de anos. É este o cenário que vai encontrar.

Com cerca de 300 metros de profundidade e 2 quilómetros de diâmetro, o Caldeirão é um espetáculo da natureza. No fundo da cratera, o lago é pontilhado por várias ilhotas verdes, que, dizem os locais, representam as nove ilhas dos Açores em miniatura. Essa curiosa semelhança é o tipo de detalhe que encanta os visitantes, que se divertem a tentar identificar qual ilhota corresponde a cada ilha do arquipélago.

Explorar o Caldeirão é um verdadeiro convite à aventura. Há, aliás, um trilho que o leva até a borda da cratera — e a vista de lá de cima é de ‘deixar cair o queixo’. A sensação de olhar para dentro desse imenso “caldeirão” natural é quase mística. Muitos visitantes dizem que é impossível não sentir uma conexão profunda com a natureza ali, tamanha a serenidade do lugar.

Ilha do Corvo
É impressionante. Foto: Civitatis

E, se estiver a sentir-se mais aventureiro, saiba que é possível descer até ao fundo da caldeira e explorar o lago e as ilhotas de perto. Experiência esta que é única e praticamente exclusiva, já que o número de turistas é limitado.

Fora da cratera, mais especificamente na parte norte da ilha, o Morro dos Homens é um dos pontos mais elevados da ilha. Com cerca de 718 metros de altitude, oferece também ele uma vista espetacular. Desta vez, de toda a ilha e do mar ao redor.

Sugerimos ainda que descubra a Praia da Areia e os Moinhos de Vento. E, claro, que não pode ir embora sem provar a gastronomia local. Garantimos que é plena de sabor.

E, sim, acreditamos que dará tempo para fazer tudo isto. Por ser tão pequena e remota, a ilha do Corvo dá a sensação de que o tempo passa devagar, ou talvez nem passe. Mas é isso que faz dela um lugar especial: ali, o mundo moderno parece distante, e o som das ondas a bater nas falésias, junto com o canto dos pássaros, é a trilha sonora ideal para quem procura desacelerar.