Mudança de horário de inverno 2024: em que dia muda a hora?

Já estamos habituados, todos os anos a hora muda por duas vezes. Este fim de semana é tempo de ajustar os relógios, atrasando uma hora, eis o horário de inverno.

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Mudança de hora acontece já no próximo domingo e traz consigo dias mais curtos e adaptações necessárias no sono.

Todos os anos, duas vezes por ano, temos de ajustar os nossos relógios, adiantando ou atrasando uma horas os ponteiros. Já estamos habituados e, no próximo fim de semana, vamos ter de o fazer de novo, desta vez vamos ganhar mais uma hora de descanso. O horário de verão despede-se, dando lugar ao horário de inverno, na madrugada de domingo (27).

Assim, a mudança de horário acontece na madrugada de sábado (26) para domingo. Quando forem 02h00m em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira os relógios devem ser atrasados em 60 minutos, passando para a 01h00m. Na Região Autónoma dos Açores a mudança ocorre à 01h00m, passando para as 00h00m.

Vamos entrar oficialmente no horário de inverno. Amanhece e escurece uma hora mais cedo, à medida que também vamos tendo dias mais pequenos. Este horário vai acompanhar-nos até ao dia 30 de março de 2025, quando voltarmos a passar para o horário de verão.

Este regime de mudança horária é regulado por uma diretiva (lei comunitária) datada de 2000 e que prevê que que todos os anos os relógios sejam, respetivamente, adiantados e atrasados uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão.

O conceito é bastante mais antigo e advém de preocupações energéticas. O primeiro a apresentar a ideia foi Benjamim Franklin em 1784, mas foi durante a Primeira Guerra Mundial que a mudança de hora foi oficialmente adotada por vários países, incluindo a Alemanha e o Reino Unido, com o objetivo de poupar carvão.

Portugal seguiu o exemplo em 1916 e mesmo após várias interrupções, decidiu manter a mudança em 1973 por forma a reduzir o consumo de energia e aproveitar ao máximo a luz natural do dia, reduzindo ao mesmo tempo as emissões de CO2 ligadas à produção de eletricidade.

Um tema que não colhe unanimidade

Este regime não é atualmente consensual em todo o mercado único, existindo um impasse acerca da necessidade de mudança. Em 2018 foi apresentada pela Comissão Europeia uma proposta para acabar com a mudança da hora. No ano seguinte, o Parlamento Europeu votou favoravelmente para que esta medida avançasse e tudo parecia indiciar que o fim estava iminente.

No entanto, o conselho da União Europeia não foi favorável e, por isso, a mudança de hora continua em vigor. Portugal não é favorável a esta alteração e pretende manter atual mudança horária em vigor, uma vez que não vislumbra benefícios num regime novo.

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A mudança de hora pode ter consequências graves na saúde humana, causando um abalo no nosso sistema.

Mudanças no corpo humano e formas de adaptação

A alteração de hora, que acontece duas vezes por ano, tem consequências em várias áreas da vida de cada um de nós, mas em comum todos temos um período médio de três dias para nos adaptarmos à mudança, diz a ciência.

Os nossos corpos têm um ciclo natural de 24 horas (ritmo circadiano). Então, quando mudamos o relógio e perdemos ou acrescentamos uma hora pode causar um abalo no nosso sistema. O impacto da mudança pode variar dependendo da nossa saúde pessoal, dos hábitos de sono e estilo de vida.

A Associação Portuguesa de Sono (APS) defende a abolição da mudança horária e permanência na hora de inverno. A APS alega que são vários os estudos que sustentam que a mudança de horário “tem diversos problemas a curto prazo: sono mais curto; pior desempenho profissional/escolar; maior frequência de acidentes cardio e cerebrovasculares e maior frequência de acidentes de viação.”

“A longo prazo, há uma maior propensão para: cancro, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas, como a Alzheimer; redução da imunidade e compromisso psicopatológico”.

APS

Segundo a APS, esta alteração horária também prejudica crianças, adolescentes e jovens-adultos, provocando dificuldades em dormir, perturbações nos horários de sono e redução do tempo de sono.

A mesma APS oferece orientações para minimizar os impactes da mudança de horário na saúde, tais como a manutenção de rotinas habituais de sono e o ajuste gradual do horário de deitar, a limitação das sestas e a exposição à luz natural durante a manhã, e a restrição da exposição à luz de dispositivos eletrónicos ao início da noite.