Movimentos de vertente na Papua Nova Guiné provocam tragédia com pelo menos 21 mortes
A tragédia que afetou a Papua Nova Guiné, marcada por movimentos de vertente fatais, destaca a vulnerabilidade de várias regiões expostas aos desastres naturais.
As catástrofes, muitas vezes, desdobram-se em silêncio, longe das manchetes dos grandes meios de comunicação social, sobretudo em territórios dos países em desenvolvimento. Neste contexto, no dia 13 de março de 2024, uma tragédia afetou a Papua Nova Guiné, onde a precipitação muito intensa desencadeou movimentos de vertente e causou a perda de pelo menos 21 vidas humanas.
Tragédia na Papua Nova Guiné revela fragilidade diante da natureza
Tragédias decorrentes de movimentos de vertente, como os que ocorreram na última semana, são uma ameaça considerável num contexto de alterações climáticas. No caso deste país insular é importante referir que os desafios são complexificados devido à combinação do clima tropical, de terrenos montanhosos profundamente erodidos, da atividade sísmica e, não menos relevante, a perturbação humana nas suas diversas formas. Estes fatores criam, assim, uma receita perigosa para o desastre, especialmente quando a natureza decide manifestar-se com maior intensidade.
O epicentro desta tragédia foi testemunhado em três localidades distintas, cada uma marcada pela devastação e desolação causadas pela força imparável da natureza. O distrito de Gumini, na província de Chimbu, foi particularmente atingido, com relatos a indiciar que o evento mais significativo ocorreu em Sikola. A deslocação de detritos desde o topo da encosta, mobilizou uma massa de material coluvial até às superfícies do vale. Neste cômputo, as imagens capturadas pelo jornal Post-Courier são destacadas na manchete da primeira página, onde se retrata a magnitude do desastre.
Doravante, relatos de outras áreas afetadas continuam a surgir nas últimas horas. A aldeia de Dinipene, localizada na divisão censitária de Mitnande, distrito de Gembogl, não escapou ilesa à fúria destes deslizamentos de terra, com a perda trágica de três vidas humanas. Em Bonglkane, em Nilkande LLG, Kundiawa-Gembogl, a tragédia também afetou as comunidades locais, embora os detalhes ainda não estejam bem clarificados. A incerteza persiste sobre o número exato de vítimas, com estimativas a variar entre uma dezena e vintena de vidas dizimadas.
Solidariedade no meio das adversidades: reconhecimento do valor dos socorristas e voluntários na Papua Nova Guiné
Se, por um lado, são lamentadas estas perdas, reconhece-se como crucial, por outro, criar condições para salvaguardar e valorizar o trabalho de socorristas e voluntários que se mobilizaram rapidamente para prestar assistência às comunidades afetadas.
Além das vidas humanas perdidas, os movimentos de vertente deixaram um rasto de destruição e de deslocações forçadas, exacerbando ainda mais os desafios enfrentados por uma nação com problemas múltiplos, ao nível da economia, da sociedade e do ambiente. As estradas bloqueadas, as infraestruturas e equipamentos danificados e as comunidades isoladas são apenas algumas das consequências imediatas destes eventos trágicos, que convém realçar junto dos meios de comunicação internacionais.