Movimento Ambiente e Produção Alimentar (MAPA) quer fim do preconceito contra o mundo rural

Mais de 30 entidades ligadas à produção agrícola, criação de animais para consumo e produção e distribuição agroalimentar criaram o MAPA - Movimento Ambiente e Produção Alimentar.

Vacas
O MAPA quer “trazer à luz evidências científicas, sociais e éticas para desmistificar preconceitos e criar valor para todos os que fazem do mundo rural.

O MAPA garante “um compromisso inalienável” com a sociedade e os cidadãos: “transparência, conhecimento, verdade, credibilidade”.

Graça Mariano, médica veterinária de formação, diretora executiva da Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) e porta-voz do recém-criado Movimento Ambiente e Produção Alimentar, diz que “existem ideias preconcebidas sobre o mundo rural e a produção de alimentos, divulgadas por grupos de pessoas pouco conhecedoras da realidade”. E é preciso “desmitificar algumas perceções, através da partilha de conhecimento credível e sustentado com base em evidência científica comprovada”.

Há pessoas que, em alguns casos, “nunca visitaram explorações agrícolas”, mas que, como divulgam mensagens nas redes sociais carregadas de “desinformação” e “ideias preconcebidas sobre o mundo rural e a produção de alimentos”, o seu conteúdo acaba por “moldar sobretudo os mais jovens”, refere Graça Mariano.

O MAPA quer “trazer à luz evidências científicas, sociais e éticas para desmistificar preconceitos e criar valor para todos os que fazem do mundo rural a sua vida”.

O MAPA quer, por isso, “trazer à luz evidências científicas, sociais e éticas para desmistificar preconceitos e criar valor para todos os que fazem do mundo rural a sua vida”. E, em paralelo, “fomentar um debate positivo e educativo na sociedade civil”, que permita ao setor agrícola e agroalimentar “continuar a evoluir, alimentando em segurança as comunidades e contribuindo para um mundo mais saudável e sustentável”.

“Iremos contar as suas histórias e mostrar o que é ser um ambientalista na prática, no dia-a-dia”, através “histórias de pessoas reais, ambientalistas que são produtores, que fazem verdadeiramente a diferença ao mesmo tempo que nos alimentam a todos”, explica Graça Mariano.

Propõem-se fazê-lo através de uma comunicação “humanizada” dos diversos produtores de alimentos. Querem “mostrar quem eles são, o que fazem e como fazem”, para “contar as suas histórias e experiências”, “capitalizar os pontos fortes” e, também, “assumir os pontos de melhoria”.

Participação de mais de 30 entidades

“Foi importante criar o MAPA”, assume a porta-voz deste Movimento, que conta com a “participação de mais de 30 entidades”, direta ou indiretamente ligadas aos setores da produção agrícola, da criação de animais para consumo, da produção e da distribuição agroalimentar.

Porcos
Mais de 30 entidades ligadas à produção agrícola, criação de animais para consumo e produção e distribuição agroalimentar criaram o Movimento Ambiente e Produção Alimentar (MAPA).

Entre as organizações que integram o Movimento estão empresas industriais de transformação de carnes – Carmonti, Campicarn, Porminho, grupo Valouro, entre outras -, empresas do setor da distribuição – Jerónimo Martins e Mercadona – e associações setoriais como a ACOS – Associação de Produtores do Sul, a ANCAVE – Associação Nacional dos Centros de Abate e Indústrias Transformadoras de Carne de Aves, a ASPOC - Associação Portuguesa de Cunicultura, a APACRA - Associação Portuguesa dos Criadores de Bovinos de Raça Minhota, a LEICAR - Associação Produtores Leite e Carne ou a FENALAC - Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite.

A Universidade do Porto, através do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), e a Universidade dos Açores, através da Faculdade de Ciências Agrárias e do Ambiente, também apoiam o MAPA.

“Acreditamos que os produtores e agricultores são ambientalistas por natureza”, afirma a porta-voz do MAPA, Graça Mariano.

A estratégia de comunicação do Movimento tem como “foco principal o esclarecimento e sensibilização da população”. E a televisão é um dos canais privilegiados. “É um meio que irá permitir construir uma imagem e um posicionamento sustentado do mundo rural e dos princípios que defende”, diz Graça Mariano. Na calha está a “divulgação de dois filmes” em três canais “em horário nobre” e mensagens nas redes sociais.

“Marketing de influência” junto dos partidos políticos

A par disso, querem desenvolver “marketing de influência” junto dos partidos políticos, de instituições com ligação ao mundo rural e à produção de alimentos e com o público em geral.

A porta-voz do MAPA frisa que os produtores e os agricultores são “os profissionais do mundo rural que vivem, conhecem e gerem os recursos e os processos de produção e transformação”. E são também eles que “cuidam e alimentam os animais e produzem os alimentos que todos nós integramos nas nossas dietas”.

O seu “conhecimento multidisciplinar” permite-lhes “cumprir as regras e as exigências que garantem o equilíbrio e a sustentabilidade dos sistemas, a segurança dos alimentos e o bem-estar animal”.