As árvores morrem de pé

Biologicamente definidas como vegetal lenhoso, constituído por raízes, tronco, ramos e folhas, as árvores desempenham um papel determinante na manutenção da vida neste planeta.

Estão na base da cadeia alimentar.

Contribuem para o equilíbrio nos padrões do clima, as suas copas implicam com a velocidade dos ventos, as raízes actuam como alicerces que impedem a erosão dos solos, têm função mitigadora relativamente às poluições sonora e atmosférica, fornecem sombra, são o lar de muitos animais, de entre outras valências.

Face à importância que representam, o edificado arbóreo deve ser objecto da maior das atenções liminarmente pela necessidade premente da preservação do meio ambiente. E, apesar da sua extraordinária adaptabilidade, pois “as árvores são mais capazes, mais inteligentes que o Homem uma vez que existem desde antes do seu aparecimento”, é indubitável o efeito do clima no delicado equilíbrio dos ecossistemas.

Temconsequências determinantes como o aumento da frequência de eventos climáticos extremos, alterações na fenologia das espécies, a extinção de espécies e a sua migração quer em altitude quer em latitude, a diminuição da qualidade nutritiva das plantas, a diminuição da capacidade de sequestro de carbono por parte da vegetação, o colapso das redes tróficas, a aceleração dos ciclos biogeoquímicos inferidos por um aumento da temperatura, entre outras. Ou seja, o funcionamento dos ecossistemas está diretamente relacionado com a dinâmica clima, fauna, flora, solo e atividades humanas, um mecanismo de reciprocidade, em que o equilíbrio do todo é assegurado por entradas e saídas recalibradas.

Contudo, a globalização económico-financeira e as políticas de mercado estão na origem das grandes mudanças estruturais no ecossistema planetário, a mercantilização de todas as coisas e a sujeição da política e da ética à economia, preconiza uma grave e crescente crise ecológica com potencialidade para pôr em causa o futuro dos seres vivos neste planeta.

Tempo de rever conceitos, atitudes e buscar alternativas pragmáticas

Prevalece a necessidade de ações governamentais enérgicas em consonância com a sociedade, em que pequenas adaptações e/ou alterações podem significar a diferença entre a continuidade e o fim.

-> Cortar árvores (na óptica do combustível) evita a ocorrência de incêndios, mas elimina uma fonte de oxigénio – gás essencial à existência de vida;

A fragilidade versus o equilíbrio.

-> Cortar árvores para “re-arranjar” um pretenso cenário de território ordenado, é rápido e fácil, mas não será (eventualmente) mais lógico ser o Homem a adaptar-se ao meio, do que vilipendiar e artificializar o meio para se enquadrar nas cíclicas modas humanas?

O conjunto dinâmico que compõe comunidade biótica, meio ambiente e meio físico, deve ser equilibrado a fim de que as suas funções características sejam asseguradas, visando uma gestão que assegure a sua preservação como um todo, através de um uso sustentável, atendendo por exemplo, ao elementar de que, à presente data, que seja do conhecimento geral e corroborado cientificamente, não temos outro planeta com condições bioclimáticas para colonizar!