Melhor gestão de matérias-primas pode reduzir o efeito de estufa
A produção e a extração de matérias-primas têm impactes ambientais claros. Assim, é importante que a União Europeia e os estados membros desenvolvam estratégias que permitam salvaguardar o futuro das gerações vindouras. Fique a saber tudo aqui!
As boas práticas na obtenção de matérias-primas podem ter o potencial de reduzir significativamente a emissão de gases com efeito de estufa e dessa forma contribuir positivamente na questão das alterações climáticas – quem o diz é o mais recente relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA).
O relatório, publicado no final do mês de agosto, foca-se na gestão de recursos, na extração e processamento de matérias-primas, analisando de que forma impactam negativamente os ecossistemas onde se encontram, mas apontando um caminho em direção à redução da emissão de gases com efeitos de estufa e, em última análise, à sustentabilidade.
Sabe-se que todo o processo de obtenção e o posterior processamento das matérias-primas que utilizamos no dia-a-dia (motor da economia a nível global) tem impactes severos no ambiente, na fauna, na flora e até nos aglomerados populacionais mais próximos. Por exemplo, na União Europeia (EU) os recursos não energéticos e não agrícolas são uma pequena parte dos recursos que são consumidos anualmente, mas representam 18% das emissões totais de gases com efeito de estufa.
Assim, de acordo com o relatório da AEA, apostar na melhoria do “impacto climático na produção de matérias-primas” pode levar a uma diminuição média de 10% das emissões, ou até mais!
De que matérias-primas se escreve e como podem ser mitigados os impactes negativos
O relatório da AEA aborda especificamente algumas das matérias-primas mais utilizadas pelos europeus e que são também exportadas para vários países extracomunitários como é o caso do ferro, do cobre, do ouro, dos calcários e dos gessos, do sal, do alumínio, da madeira e ainda de minerais químicos e fertilizantes.
Tendo em conta estas matérias-primas, é importante que as entidades que as exploram sejam capazes de implementar a utilização de fontes de energia renováveis, nomeadamente a solar ou a eólica, desde o processo de extração, passando pelo processamento e chegando à comercialização.
É, contudo, para os processos de extração e de transformação que este relatório dá indicações mais específicas: é essencial que as empresas sejam capazes de substituir a maquinaria mais poluente (a diesel ou a gasolina) por máquinas menos poluentes (elétricas). Será um grande investimento, a curto prazo, mas que gerará inúmeros benefícios, a médio ou longo prazo.
No caso da extração de inertes, numa pedreira, a maquinaria utilizada na extração pode ser menos emissora de gases com efeitos de estufa. Já todos os instrumentos necessários à transformação dos inertes podem ser “movidos” a energia limpa, proveniente de fontes renováveis.
O cruzamento multidisciplinar das artes visuais com a natureza e a paisagem
Ainda relativamente a pedreiras, outra forma de mitigar a emissão de gases com efeitos de estufa e consequentemente as alterações climáticas consiste em aproveitar algumas instalações sem atividade para promover eventos culturais.
Através do aproveitamento de uma “cicatriz” a céu aberto é possível a criação de festivais de verão que visam a “dinamização artística e cultural” de uma determinada área promovendo um “cruzamento multidisciplinar das artes visuais (…) e os recursos naturais e paisagísticos.”.