Marrocos regista temperaturas históricas acima de 50 °C durante onda de calor
Constituindo-se um marco histórico, Marrocos enfrenta um episódio de calor insólito, com as temperaturas a ultrapassarem pela primeira vez a marca de 50 graus Celsius (120 Fahrenheit).
De acordo com o serviço meteorológico do país do norte da África, a estação meteorológica, em Agadir, cidade costeira no sul de Marrocos, registou um novo recorde de temperatura na passada sexta-feira, 11 de agosto de 2023. A Direction de la Météorologie Nationale relatou que a onda de calor é resultado do influxo de ar seco e quente do sul, levando a um aumento notável na temperatura do ar, que excedeu a média mensal em 13 ºC.
Onda de calor histórica e incêndios devastadores durante o verão
Esta situação extrema foi responsável por eclodirem vários incêndios florestais e desencadeou uma série de preocupações climáticas. Esta tendência ocorre num verão implacável em Marrocos, onde à medida que as ondas de calor persistentes varrem o país, têm causado recordes de temperatura em várias regiões. A cidade costeira de Agadir, conhecida pelas suas praias deslumbrantes, tornou-se o epicentro destes eventos climáticos históricos. O novo recorde de 50,4 °C representa um pico sem precedentes, superando a marca anterior de 49,9 °C, registada em Smara, no Saara Ocidental, a 13 de julho.
Os especialistas da autoridade meteorológica explicaram que esta onda de calor excecional é o resultado do afluxo de ar quente e seco do sul. A influência destes ventos intensos provocou um aumento significativo nas temperaturas, elevando-as muito acima das médias mensais.
Estas condições climático-meteorológicas adversas não apenas desafiaram o conforto dos residentes e turistas, mas também provocaram incêndios florestais em várias partes do país. Recentemente, os jornalistas da AFP noticiaram incêndios devastadores no norte de Marrocos, próximo a Tânger, e na província de Taza, no leste. Embora os incêndios tenham contribuído para a degradação das qualidades paisagísticas e perda de habitats, a rápida ação das equipas de combate a incêndios impediu demais perdas humanas.
Julho de recordes: ondas de calor globais refletem os impactes das alterações climáticas
O impacte das alterações climáticas é evidente não apenas em Marrocos, mas à escala global. O mês de julho, de acordo com o Serviço Copernicus de Alterações Climáticas da União Europeia, entrou para a história como o mais quente já registado no planeta Terra.
Este recorde surpreendente supera marcas anteriores, como a de julho de 2019, situada nos 0,33 °C. No caso de Marrocos, por sua vez, também se sentiram os efeitos do aumento da temperatura. Classificado como o quarto julho mais quente desde 1961, o país africano está a lidar com desafios sem precedentes decorrentes destas condições extremas.
O mundo está a vivenciar eventos climáticos extraordinários e recordes de temperatura, embora as previsões meteorológicas façam vislumbrar algum alívio no horizonte. No caso em concreto do território marroquino, espera-se um ligeiro decréscimo na temperatura do ar nos próximos dias, extensível a todo o norte da África, o que trará algum alívio para as áreas agora afetadas por esta onda de calor.
No entanto, não será de olvidar que os especialistas alertam que a adaptação e mitigação perante os efeitos das alterações climáticas está ainda longe de terminar. A necessidade de medidas sustentáveis e ações coletivas para o aquecimento global é mais urgente do que nunca.