Maravilhoso! O deserto mais árido do mundo florescerá em breve
Grande parte da província de Huasco, bem como setores próximos da costa em Copiapó e Chañaral, serão o cenário onde a vegetação trará ainda mais vida a uma boa faixa do deserto do Atacama. Quando poderá florescer?
"Sim, é certo. Este ano haverá um deserto em flor", afirma convictamente Roberto Contreras Díaz, agrónomo e investigador da Universidade de Atacama. Isto depois dos dois eventos de chuva que ocorreram sobre o Norte Chico durante julho tendo deixado, inclusive, mais de 50 milímetros de água nalguns setores.
O maravilhoso fenómeno do deserto florido não é muito comum, de facto, o mais recente remonta a 2017. Acontece em anos que são chuvosos tendo em conta os parâmetros da área (mais de 15 milímetros) e com as condições adequadas de temperatura.
"Esperamos que floresça de Totoral (100 quilómetros a sul de Copiapó, junto ao Parque Nacional Llanos de Challe) para o sul da região, e inclusive, também em setores mais a norte, como nos arredores de Caldera", diz o especialista.
Desde 2017 que não existia uma extensão tão ampla do Atacama em floração, embora não se compare com o que aconteceu em 2015, que foi um esplêndido produto das chuvas intensas que afetaram a região nesse ano.
Quando poderemos ver o Deserto em flor?
O fenómeno do deserto florido estará presente numa boa parte de Huasco e Copiapó, e em setores mais costeiros de Chañaral. Quando? De meados de agosto e durante todo o setembro.
Por quanto tempo? "É relativo, já que há espécies que perduram mais do que outras. Em média, o deserto em flor pode prolongar-se por aproximadamente pouco mais de um mês", informa Roberto Contreras.
Isto pode variar de acordo, por exemplo, com as temperaturas. Se estiver muito calor, o período poderá ser mais curto, agora, se temos nebulosidade ou camanchaca (neblina costeira que ocorre no litoral do Oceano Pacífico da região tropical árida da América do Sul) durante vários dias esta situação poderá mudar e prolongar o período com esta condição até outubro.
Que espécies podem ser vistas? "Patas de Guanaco, Añañuca, Ajillo, Calandrina, entre outras. Para além dos arbustos perenes que brotarão com mais folhas, isto é, serão mais frondosos. Haverá uma grande diversidade de vegetação, porque muita água caiu", explica o agrónomo.
Segundo a Corporación Nacional Forestal (Conaf, Chile), são cerca de 200 as espécies que podem chegar a germinar nestas condições de humidade no deserto do Atacama, especialmente na área costeira.