Maior tragédia em 50 anos: número de mortos sobe para 93 em Pernambuco
Chuvas torrenciais provocaram o maior desastre em 50 anos na região da Grande Recife, no estado de Pernambuco, Brasil. O número de mortos subiu para 93 e ainda há dezenas de desaparecidos.
O número de vítimas fatais provocadas pelas chuvas torrenciais que atingiram a Grande Recife, no estado de Pernambuco, subiu para 91. Além disso, há 26 desaparecidos e quase 4.000 desabrigados. “É o maior desastre dos últimos 50 anos no Recife”, disse João Campos, presidente da câmara da capital, em conferência de imprensa.
O episódio mais trágico ocorreu no bairro Jardim Monte Verde, entre Recife e Jaboatão dos Guararapes, onde 20 pessoas morreram quando um deslizamento de terra varreu dezenas de casas.
O governador do estado de Pernambuco, Paulo Câmara, disse que 79 das 93 vítimas morreram entre a noite de sexta-feira (27) e domingo (29), quando as chuvas intensas ocorreram, com pico de precipitação no sábado (28) com 200 mm em apenas 12 horas, o que resultou nas inundações, enxurradas e deslizamentos. No total acumularam-se entre 280 a 300 mm em 72 horas, segundo os pluviómetros do INMET e Cemaden.
Câmara anunciou ainda a libertação de R$ 100 milhões (reais) a serem usados nos trabalhos de busca e salvamento, e nas obras de reconstrução e de infraestrutura.
Imagens chocantes e assustadoras
As imagens são chocantes e assustadoras, e refletem o desespero dos habitantes. Ruas e vielas transformadas em rios com fortes correntes, a transportar sujidade, lixo e, principalmente, a causar a demolição de uma casa inteira perto de um ribeiro. Um cenário desolador e, infelizmente, comum para os brasileiros.
Infelizmente, todos os anos o Brasil está sujeito a este tipo de desastre durante as estações chuvosas de cada região. As condições precárias e a falta da disseminação dos alertas de eventos extremos, além da falta de procedimentos de evacuação das áreas de risco mantêm o potencial para desastres e fatalidades.
Padrão climático continua favorável às chuvas no leste do Nordeste
O La Niña, apesar de perder intensidade no próximo mês, ainda será um fator influente para as chuvas no Nordeste. O fenómeno contribui para o aumento da precipitação neste época do ano na porção norte e leste da Região.
No entanto, outro fator extremamente influente para o clima nordestino é a temperatura da superfície do Atlântico. A previsão é de que se mantenha aquecida, o que contribui para o aumento da humidade e para a maior probabilidade de chuva. Assim, são esperadas acumulações acima da média, com possibilidade de novo eventos extremos.