Los Angeles em chamas: evacuações em massa, número trágico de mortos e raiva pela inação das autoridades!
Mais de 15.000 hectares foram devastados por cinco incêndios em Los Angeles, matando 24 pessoas e destruindo milhares de casas. Com o recrudescimento dos ventos, multiplicam-se as evacuações, a frustração da população e as interrogações sobre o grau de preparação das autoridades.
Os incêndios florestais que assolam Los Angeles continuam a alastrar com uma intensidade alarmante. O maior deles, o incêndio de Palisades, alastrou para zonas anteriormente incólumes, obrigando a novas evacuações e destruindo as esperanças de controlar a catástrofe.
No passado sábado, os ventos, que já tinham abrandado um pouco, voltaram a intensificar-se, aumentando o risco de as brasas provocarem novos incêndios em zonas de vegetação seca.
Devastação e evacuações
Pelo menos 24 pessoas perderam a vida desde o início dos incêndios, na passada terça-feira, e as autoridades já confirmaram a destruição de cerca de 12.000 edifícios.
A dimensão do desastre é tal que o Presidente dos EUA, Joe Biden, comparou o cenário a uma zona de guerra, como mostram as imagens que circulam em todo o mundo. Milhares de casas arderam, principalmente em zonas residenciais, incluindo bairros de luxo como Pacific Palisades, onde se encontra o famoso museu Getty Center, um dos pontos fulcrais da evacuação.
Apesar dos esforços heróicos dos bombeiros, o avanço do fogo causou estragos e os serviços de emergência estão a enfrentar uma pressão crescente por parte de uma população sobrecarregada pela dimensão da tragédia. As ordens de evacuação foram alargadas e o Governador da Califórnia, Gavin Newsom, ordenou uma revisão completa das circunstâncias que envolveram a falta de preparação e a escassez de água, uma das causas mais óbvias da tragédia.
Habitantes revoltados
Enquanto as chamas continuam a consumir casas, o descontentamento dos residentes continua a crescer. Nicole Perri, cuja casa em Pacific Palisades foi destruída, disse à AFP que as autoridades não conseguiram lidar com a situação: “Deixaram-nos entregues a nós próprios”. James Brown, um advogado reformado de Altadena, mostrou-se igualmente frustrado com a reação do governo, sublinhando que “não estavam totalmente preparados”.
A situação foi agravada por relatos de pilhagens nas zonas evacuadas. Consequentemente, foi imposto um recolher obrigatório de 12 horas nas zonas afetadas e a Guarda Nacional foi destacada para reforçar a segurança. Até ao momento, foram detidas cerca de 24 pessoas e alguns residentes formaram patrulhas de bairro para proteger as suas casas contra roubos.
A dimensão dos incêndios
Até à data, cinco incêndios queimaram mais de 15.000 hectares e as autoridades continuam a lutar para os conter. O incêndio de Palisades, o mais destrutivo, continua a avançar para leste e já queimou mais de 8.500 hectares. Apesar dos esforços dos bombeiros, o incêndio está apenas 8% contido, o que continua a suscitar sérias preocupações quanto à sua falta de controlo.
Os incêndios afetaram também uma série de celebridades. Entre as vítimas contam-se nomes conhecidos como Mel Gibson, cuja casa em Malibu foi totalmente destruída pelo fogo, e outras celebridades como Paris Hilton, Anthony Hopkins e Billy Crystal. Até a família real britânica, representada pelo Príncipe Harry e a sua esposa Meghan Markle, mostrou o seu apoio aos sobreviventes depois de ter perdido a sua própria casa.
Um problema que vai para além das fronteiras
Os especialistas salientam que os incêndios florestais são um fenómeno natural agravado pelas alterações climáticas, que estão a intensificar as condições de seca e a alterar os padrões meteorológicos.
Esta crise veio realçar a necessidade de aumentar os recursos e o planeamento para fazer face aos desafios ambientais que o Estado da Califórnia enfrenta ano após ano.
Numa altura crítica, a atenção está centrada na capacidade das autoridades para responderem eficazmente à emergência e garantirem que os sobreviventes recebem o apoio de que necessitam para reconstruírem as suas vidas.