Japão: erupção do vulcão Sakurajima obriga a evacuar dezenas de pessoas
O Japão, arquipélago frequentemente fustigado pela atividade sísmica e vulcânica, está a viver uma nova erupção vulcânica no Monte Sakurajima, ilha de Kyushu, que pode colocar em perigo a vida de dezenas de pessoas. Fique a saber mais sobre esta situação, aqui!
Cerca de 50 pessoas foram evacuadas nos últimos dias devido ao aumento da intensidade da erupção do vulcão Sakurajima. Um conjunto de erupções explosivas levou as autoridades locais, bem como a Agência Meteorológica Japonesa (JMA, na sigla em inglês), a aumentar o nível de alerta vulcânico para 5, o valor mais alto de uma escala adotada em 2007.
Este nível de alerta pressupõe a evacuação de toda a população num raio de 3 km em redor do local da erupção, neste caso, devido à possibilidade de queda de grandes quantidades de fluxos piroclásticos e às escoadas de lava que descem pelas encostas do vulcão.
Desde o final do passado dia 24 (domingo) que este vulcão, e principalmente a cratera localizada mais a Sul (denominada Minamidake), tem expelido grandes quantidades de material vulcânico, que afetou o território num raio de 2,5 km à volta Monte Sakurajima.
Esta montanha eleva-se mais de 1000 metros acima do nível médio das águas do mar, no Sudoeste do Japão, mais precisamente na província de Kagoshima, ilha de Kyushu, uma das quatro grandes ilhas que compõem o Arquipélago do Japão. Curiosamente, até 1914, este vulcão consistia numa ilha isolada na baía de Kagoshima, que depois da deposição de materiais expelidos na grande erupção desse ano, ficou ligada à ilha de Kyushu.
Impactes e perspetivas futuras
Até agora não há registo de que este episódio de erupção numa ilha japonesa tenha resultado em qualquer prejuízo material ou humano, contudo, está já confirmada a evacuação de 51 pessoas das pequenas cidades de Arimura e Furusato, para outros locais mais afastados do perigo da erupção.
Apesar das escolas se encontrarem em férias de verão, naquela região a cerca de 2000 km de Tóquio, as atividades extracurriculares foram canceladas forçando os alunos a permanecer em casa.
De forma a averiguar as perspetivas futuras desta erupção, um grupo de investigadores da JMA foram destacados para o local de forma a monitorizarem permanentemente a evolução do evento. Segundo estes especialistas, por enquanto, não há a probabilidade de uma erupção em grande escala.
Apesar de nada indicar uma erupção em grande escala, este evento é encarado com bastante seriedade, já que esta é apenas a segunda vez que as autoridades meteorológicas nacionais acionam o nível máximo de alerta vulcânico no país. Em 2015, a ilha vulcânica de Kuchinoerabu experimentou o mesmo nível de alerta, que levou à evacuação de 137 habitantes.
Tudo indica que têm sido registadas, desde o início de mês, alterações na crosta terrestre que podem potenciar a continuação desta erupção, tanto na cratera Minamidake, como na cratera Showa. A localização do Arquipélago nipónico no chamado Anel de Fogo do Pacífico potencia atividade sísmica e vulcânica, sendo que em todo o território japonês estima-se que existam mais de 100 vulcões ativos.