Janeiro: um dos meses mais quente de sempre na Terra
O mês de janeiro foi considerado o terceiro mês mais quente de sempre no planeta. As temperaturas atingiram máximos na Austrália, Brasil e em algumas zonas de África e da Ásia.
É considerado um dos três meses mais quentes de sempre,desde que há registos no planeta Terra.As temperaturas atingiram máximos históricos em várias zonas do globo, como na Austrália, sul do Brasil e em partes de África e da Ásia.
Os dados foram divulgados pela Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (National Oceanic and Atmospheric Administration, NOAA), que tem registos desde 1880.Segundo este organismo, as dez temperaturas mais quentes de sempre, quer da superfície terrestre quer oceânica, ocorreram todas a partir de 2002.
Segundo o resumo comparativo dos cientistas dos Centros de Informações Ambientais da NOAA, é indicado que a temperatura de janeiro, em terra e no mar, foi igual à de 2007, só tendo sido mais quente a de janeiro de 2016. Contabilizando apenas a superfície terrestre, nas contas da NOAA, o mês de janeiro foi o quarto mais quente desde 1880, ficando atrás de janeiro de 2007, o mais quente, de 2016 (o segundo mais quente) e 2017.
Partes da Austrália e da Ásia bateram recordes no mês passado. A Oceânia teve o janeiro mais quente desde que começaram os registos, em 1910. Já em relação à temperatura no mar, janeiro foi o terceiro mais quente, só abaixo de 2016 (o mais quente de sempre) e 2017. Quanto à extensão de gelo, o oceano Ártico teve em janeiro a sexta menor dimensão dos últimos 41 anos, com o oceano Antártico a ter a segunda menor extensão de gelo já registada.
Os efeitos das alterações climáticas
No mês de janeiro, a temperatura global da superfície terrestre e oceânica foi de cerca de 0,88 graus Celsius (1.58 °F) acima da média do século XX, que se situa nos 12 graus Celsius (53.6 °F). Isto faz com que o primeiro mês de 2019, à semelhança de 2007, se destaque como o terceiro Janeiro mais quente desde que há registo, apenas ultrapassado pelos meses de Janeiro de 2016 (+1.91°F) e 2017 (+1.64°F) que registaram temperaturas ainda mais elevadas.
O aumento da temperatura dos últimos anos também foi objeto de um comunicado da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da ONU, que destaca que os últimos quatro anos foram os mais quentes até hoje registados. No comunicado a OMM diz que a temperatura média da superfície do planeta foi no ano passado cerca de um grau acima dos níveis pré-industriais, um número ligeiramente acima do apresentado pela NASA e NOAA.
Na mesma linha, um estudo divulgado há duas semanas pela revista Nature, concluía que o clima tornou-se selvagem e irá piorar ao longo do próximo século, com o derretimento do gelo na Gronelândia e na Antártida a causar temperaturas mais extremas e imprevisíveis. O trabalho, publicado na revista científica Nature, é o primeiro a simular os efeitos, na situação atual, que o gelo derretido nas duas regiões polares terá nas temperaturas dos mares e nos padrões de circulação das massas de água.