Janeiro 2021 foi um mês muito frio e seco
O mês de janeiro de 2021, em Portugal continental, classificou-se, do ponto de vista climatológico, como um mês muito frio, em relação à temperatura do ar e seco, em relação à precipitação.
À semelhança do mês de dezembro, também janeiro foi classificado como um mês frio, com temperaturas abaixo do normal para este mês.
Temperatura do ar
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, IPMA, em Portugal continental, no mês de janeiro o valor médio da temperatura média do ar, 8,02 °C, foi inferior ao normal com uma anomalia de -0.79 °C em relação ao valor normal no período de 30 anos (1971-2000).
Janeiro de 2021 foi o 4º mais frio dos últimos 20 anos. Valores de temperatura média do ar inferiores aos agora registados ocorreram em 25 % dos anos desde 1931.
O valor médio da temperatura máxima do ar, 12,31 °C, foi 0,78 °C inferior ao valor normal e foi o 4º valor mais baixo desde 2000. De referir que há 9 anos que não se verificava uma anomalia negativa da temperatura máxima no mês de janeiro em Portugal continental. O valor médio da temperatura mínima do ar, 3,73 °C, foi 0,81 °C inferior ao valor normal.
O menor valor da temperatura mínima, -8,7 °C, registou-se em Miranda do Douro no dia 11 e o maior valor da temperatura máxima, 22,4 °C, em Alcoutim no dia 28.
As primeiras duas semanas de janeiro foram extremamente frias com valores da temperatura média, máxima e mínima do ar muito inferiores ao valor da normal climatológica em 30 anos (1971-2000).
No dia 9, o dia mais frio, os valores da temperatura máxima do ar, nas estações de Guarda, Aldeia do Souto, Lousã e Portel foram os mais baixos registados nos últimos 20 anos e cerca de um terço do território registou valores de temperatura máxima do ar inferiores a 5 °C.
Este episódio de tempo frio foi relevante por ter sido prolongado, mais de 2 semanas; pela persistência de vários dias consecutivos com temperaturas negativas (mais de 10 dias consecutivos em 1/3 das estações meteorológicas com temperaturas abaixo de 0 °C, em particular nas regiões do interior norte e centro); pela abrangência territorial e pelo desconforto térmico associado não só às baixas temperaturas, mas também, em alguns dias, ao vento que se fez sentir.
Esta vaga de frio terá tido um forte impacto na saúde da população, em particular crianças, idosos e pessoas com doenças associadas.
Precipitação
Ainda de acordo com o IPMA, até dia 20 não se verificou a ocorrência de precipitação em quase todo o território. Os valores mais significativos de precipitação verificaram-se no período de 20 a 31 de janeiro.
A precipitação registada no mês de janeiro foi inferior ao valor normal e o valor médio da quantidade de precipitação foi de 90,8 mm, o que corresponde a 77% do valor normal de 30 anos (1971-2000).
Nos últimos 20 anos, só em 7 anos é que o valor da quantidade de precipitação no mês de janeiro foi superior ao valor normal de 30 anos (1971-2000).
O maior valor mensal da quantidade de precipitação em janeiro foi registado na estação meteorológica de Penhas Douradas, 363.4 mm, e o menor valor na estação meteorológica de Alcoutim 15.1 mm. O maior valor da quantidade de precipitação em 24 horas foi de 87,6 mm e registou-se em Cabril no dia 20.
Monitorização da Seca – Índice PDSI
De acordo com o Índice Meteorológico de Seca, PDSI, índice meteorológico de seca calculado pelo IPMA para monitorização da situação de seca, no final de janeiro verificou-se o aparecimento da classe de seca fraca em alguns locais do Baixo Alentejo e Algarve, devido aos baixos valores de precipitação que ocorreram.
A distribuição percentual por classes do índice PDSI no território é a seguinte: 0.5% chuva moderada, 25.6 % chuva fraca, 61.9 % normal e 12.0 % seca fraca.