Já pode voltar a visitar a torre vimaranense onde “nasceu Portugal”

Após uma cuidadosa requalificação, a Torre da Alfândega, um dos mais icónicos marcos medievais de Guimarães, reabriu as suas portas ao público. Agora, poderá explorar este símbolo histórico e cultural, mergulhando na rica herança que fez da cidade o berço de Portugal, enquanto desfruta de vistas deslumbrantes a partir do seu topo.

Torre da Alfândega
Já reabriu. Foto: Jornal de Guimarães

Guimarães, a cidade conhecida como o berço de Portugal, acaba de reabrir um dos seus mais emblemáticos monumentos, a Torre da Alfândega. É verdade. No dia 3 de agosto, após um período de requalificação, este importante edifício histórico, que testemunhou séculos de transformação na cidade, voltou a receber visitantes.

Ao passar na rua do Anjo, será difícil não reparar nela: com um novo brilho, a torre convida todos a explorar as suas alturas e a contemplar as vistas deslumbrantes sobre a cidade que abriga a inscrição simbólica "Aqui Nasceu Portugal".

Não perca tempo! Apresse-se a subir os quatro patamares do ex-líbris de Guimarães. No topo, apostamos que ficará sem palavras quando observar a vista panorâmica sobre a cidade. O melhor é que a visita é gratuita.

Origem Medieval

Construída originalmente na Idade Média, a Torre da Alfândega desempenhou um papel vital no comércio local de Guimarães. Afinal, era a partir dela que se controlava a entrada e saída de mercadorias e que se garantia o fluxo económico da região.

A robustez das suas paredes de granito e as janelas defensivas refletem isso mesmo: uma arquitetura típica da época, projetada tanto para proteger quanto para simbolizar o poderio económico da cidade.

A recente requalificação do monumento não só restaurou a estrutura física da torre, como também preparou o espaço para a criação de um centro interpretativo.

Este centro, que será instalado nos próximos meses, promete aprofundar a compreensão sobre o papel da torre e das muralhas medievais que protegiam Guimarães, destacando a sua importância na formação da identidade nacional portuguesa.

Um projeto em evolução

Num processo logicamente evolutivo, em que inclusive teve de se lançar a obra a concurso por duas vezes, foi possível descobrir um novo “pano da muralha”, nas traseiras da fachada principal. “Os conteúdos museológicos estão ainda a ser concebidos para que este espaço funcione na sua plenitude”, lê-se no ‘Jornal de Guimarães’.

Estes conteúdos terão como base o trabalho arquitetónico realizado durante a empreitada e resultado na criação do Centro Interpretativo, que ficará sediado na própria Torre da Alfândega, e que será desenvolvido ao longo dos próximos meses”, explica a Câmara Municipal de Guimarães.

Guimarães
Uma cidade com história.

Para já, é possível chegar ao cimo da torre — também de elevador — numa obra que Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, considera “um orgulho para os vimaranenses e para os portugueses”. Não será por acaso, portanto, que o autarca considere estar perante uma “reabilitação muito bem feita”.

A reabertura da Torre da Alfândega marca, assim, um momento significativo para Guimarães, não apenas como um atrativo turístico, mas como um símbolo da preservação da herança cultural e histórica da cidade. A torre, que ressurge revitalizada, oferece aos visitantes uma oportunidade única de conectar-se com o passado e entender melhor o papel crucial que a cidade desempenhou na história de Portugal.

Este monumento, agora acessível ao público, celebra a história viva de Guimarães e convida todos a redescobrir as raízes de uma nação.

Uma obra com alguns contratempos

Apesar da abertura, a requalificação deste monumento, que teve um custo de sensivelmente um milhão e meio de euros, estendeu-se no tempo. Com inauguração programada para dia 24 de junho, data inicialmente adiantada pelo presidente da Câmara Municipal de Guimarães, a aprovação da prorrogação do prazo da requalificação da obra no dia 20 de maio, no valor de 79.750 euros, atrasou a estreia atempada do espaço.

Guimarães
Está pronto para descobrir a cidade?

Esta necessidade do alargamento do prazo definido previamente deveu-se ao “aparecimento de fendas estruturais no paramento norte, visíveis em dois planos ortogonais, nomeadamente no alçado interior e no alçado lateral (poente)”. As fendas traduzem-se numa “situação imprevisível, não passível de deteção prévia, que não permite a continuação dos trabalhos da empreitada nos termos previstos no contrato inicial”, acrescenta uma nota da reunião.

Depois dos contratempos, chegou, finalmente, a hora de a Torre da Alfândega ganhar uma “nova dignidade”, vincou uma das arquitetas responsável pelo projeto, Margarida Morais.

O público poderá visitar a Torre da Alfândega de forma gratuita entre as 10:00 e as 18:00 horas. A entrada para o novo edifício realiza-se nas traseiras do mesmo, pelo Largo Condessa do Juncal, mais propriamente pela Rua do Anjo.

Para a Câmara, esta intervenção “preserva o património histórico da cidade e valoriza a experiência cultural dos visitantes, especificamente das muralhas da cidade". Mas não pense que a icónica frase permanecerá a mesma.

"AQUI NASCEU PORTUGAL" continuará iluminada por uma luz branca, sim, mas a mesma poderá ser alterada, já que foi instalado um moderno sistema de iluminação RGB, que permitirá alterar da cor para "atos simbólicos".