Já conhece as aldeias portuguesas na lista dos melhores destinos do mundo para as férias de 2024?

O jornal norte-americano The Washington Post destacou 12 destinos internacionais para fugir às multidões — e Portugal não passou despercebido.

Aldeias do Xisto
Portugal está no radar internacional.

Bracciano (em Itália), Fukui (no Japão), Ilhas Órcades (na Escócia) e Sumba (na Indonésia). O que é que podem ter estes destinos em comum?

Além de únicos e verdadeiramente incríveis, foram eleitos, pelo The Washington Post, os locais a ter em conta para quem quer viajar para longe das multidões em 2024. A lista continua com Asheville (na Carolina do Norte), Dhermi (Albânia), Popayán (Colômbia), Ilha Holbox (no México), Leste de Gisborne (Nova Zelândia), Fredericksburg (Texas) e Distrito de Toledo (Belize).

Entre o leque de 12 nomes, há um, porém, que nos é bastante familiar: as Aldeias do Xisto. É verdade, no coração de Portugal escondem-se algumas das paisagens naturais mais deslumbrantes do mundo — e, desta vez, não passaram despercebidas ao jornal mais antigo e com maior audiência da capital dos Estados Unidos.

Aldeias do Xisto
Estão entre os 12 melhores destinos. Fonte: Aldeias do Xisto

Sim, porque o conjunto das 27 cidades portuguesas que se escondem nas encostas das montanhas — e que são tão características pelas estruturas em pedra e ardósia — foi destacado pelo jornal diário estado-unidense como um dos destinos favoritos a considerar para umas férias mais tranquilas.

Para a seleção, a publicação teve em conta a opinião tanto de desconhecidos, como de especialistas do setor das viagens.

“Também considerámos as nossas viagens coletivas, valorizando as oportunidades de observar a vida selvagem, provar a culinária local, relaxar perto da água e comungar com a natureza”, lê-se na notícia publicada a 31 de janeiro.

Quem pensa que esta região não passa de rochas laminadas está bem enganado. “Escondidas nas encostas das montanhas, entre vales pitorescos e rios serpenteantes, as Aldeias do Xisto são uma rede de 27 cidades pitorescas. As aldeias — que datam do século XII e têm o nome da pedra com que foram construídas — são particularmente populares entre os caminhantes, ciclistas e amantes da natureza”, acaba mesmo por defender a publicação.

Montanhas a perder de vista, quedas de água, inúmeros rios e ribeiras, e um dos céus mais estrelados do mundo. São 27 aldeias, cinco mil quilómetros quadrados, quatro unidades territoriais, quatro áreas classificadas e uma certificação de céu escuro. Entre a Serra da Lousã, a Serra do Açor, o rio Zêzere e o Tejo-Ocreza, escondem-se algumas das jóias mais raras de Portugal.

Não nos surpreende, portanto, que a região seja tão procurada para trilhos e caminhadas. Existem muito poucos sítios no mundo com condições para ver a via Láctea sem qualquer instrumento. E as Aldeias do Xisto são um desses sítios únicos.

Céu
A Fundação Starlight atribuiu às Aldeias do Xisto a certificação internacional Destino Turístico Starlight. Fonte: Aldeias do Xisto

Aliás, no site das aldeias poderá encontrar vários percursos disponíveis, com os mais variados graus de dificuldade. Os “Caminhos do Xisto”, como são conhecidos, dividem-se em múltiplas rotas pedestres, em regra circulares, que partem e chegam ao mesmo ponto nas aldeias. Muitas são recuperações de caminhos usados há séculos pelas comunidades locais.

Esqueça, no entanto, aquela ideia de que, por serem porta de entrada para a natureza e paisagens intocáveis, as Aldeias do Xisto não têm grande oferta em termos de alojamento. O The Washington Post refere a existência de “alojamento para todos os orçamentos”, destacando “propriedades de luxo”, como as Casas do Côro, em Marialva, e a Cerdeira Home for Creativity, um conjunto de nove casas de xisto restauradas para alugar.

E, como não podia deixar de ser, houve ainda espaço para mencionar um dos grandes dotes portugueses: a culinária.

Experimente um dos pratos portugueses preferidos [de Miguel Andrade, jornalista e investigador gastronómico radicado em Lisboa], a chanfana, um guisado de cabra tradicionalmente cozinhado com vinho tinto numa panela de barro em fogo aberto.

Está pronto para desligar o telemóvel e conectar-se com a natureza? Está na hora de trocar as noites de zapping sentado à frente da televisão por noites de conversa à volta da fogueira.