Inverno quente e sem neve deixa estâncias de esqui na Europa em apuros!
Várias estâncias de esqui europeias estão a deparar-se com um conjunto de problemas que estão a afetar o seu normal funcionamento, situação que está a arruinar a época dos amantes de desportos de inverno. Fique a saber mais sobre este assunto, aqui!
Desde o início do ano de 2023 que as temperaturas estão anormalmente elevadas em vários países da Europa. Esta situação está a ter especial impacto em zonas de maior altitude, que dependem das temperaturas mais baixas e da precipitação em forma de neve para desenvolverem as suas atividades económicas. A passagem de uma massa de ar quente, vinda de latitudes subtropicais (Oceano Atlântico e Norte de África), está a interferir com as temperaturas, principalmente na Europa Central.
Em países como Espanha, França, Suíça, Polónia, Hungria ou Ucrânia, as temperaturas máximas estão perigosamente próximas dos 20 ºC, algo que se pode apelidar de “verão completamente fora de época”. Para que se tenha uma ideia do problema que está a ocorrer, na maior parte destes países as temperaturas estão 10 ºC a 12 ºC acima das temperaturas normais para a época do ano.
Como já foi referido, nem as zonas de maior altitude garantem a existência de neve. Era expectável que o gradiente térmico vertical atuasse, fazendo as temperaturas descer à medida que aumenta a altitude, no entanto, mesmo as estâncias aí localizadas foram forçadas a encerrar, devido às elevadas temperaturas, à falta de neve e à chuva forte.
Alterações climáticas e as atividades económicas
Nos países onde o esqui tem muita expressão, sendo considerado um dos desportos nacionais, como é o caso da Suíça e da Áustria, muitos resorts estão desertos devido à falta de neve. Em localizações emblemáticas como Chamonix, em França, ou Innsbruck, na Áustria, o tradicional manto branco está progressivamente a ser substituído por tons mais verdes e acastanhados, de erva e lama. Algumas fontes indicam que pelo menos metade das estâncias francesas fecharam este inverno devido às temperaturas mais amenas que se têm registado neste inverno.
A nível do desporto profissional, os praticantes de modalidades de inverno (ou de neve) foram forçados a desenvolverem as suas práticas em neve artificial. Por exemplo, em Adelboden, na Suíça, decorreu no passado fim de semana um evento internacional de esqui que só se realizou devido à introdução de neve artificial.
Os especialistas em meteorologia e climatologia, tanto nacionais como internacionais, têm indicado que estes episódios de temperaturas mais amenas, fora da época, tendem a ser cada vez mais frequentes. São as consequências das alterações climáticas, sendo que também se deve salientar que anos de extremos, em termos meteorológicos, também são normais, ou seja, um inverno quente, por si só, não deve ser apenas conotado com o termo “alterações climáticas”.
As previsões para os próximos dias também não são animadoras, pois o fluxo de oeste continua a impedir o frio polar de chegar à Europa (no entanto isso poderá mudar na próxima semana, num cenário ainda por confirmar). Assim, tanto o setor dos desportos como o setor do turismo, nas regiões identificadas, vão continuar a sofrer com a falta de neve. São milhares de pessoas, famílias inteiras, que dependem do frio e da neve e que veem os prejuízos a acumularem-se.